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domingo, 6 de junho de 2010

Sem pressa, mas correndo

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Caríssima Leitorcedora esmeraldina. Caríssimo Leitorcedor esmeraldino. Depois daquelas três primeiras derrotas, nosso Goiás não perdeu mais. Estamos invictos há quatro rodadas. São três vitórias seguidas. Nesta primeira parte do Brasileirão, que agora dá uma parada para a Copa do Mundo, o Goiás conseguiu ficar fora da zona de rebaixamento e temos que comemorar. Para um elenco que está se reestruturando dentro da competição, convenhamos, estou surpreso com os resultados alcançados.

Vencemos o Flamengo lá no Maracanã. Apesar de que o Flamengo estava desfalcado de Adriano, Wagner Love e Petcovic, ganhar do Flamengo em pleno Maracanã aumenta muito a auto-estima de qualquer time. E, considerando a qualidade técnica, sendo o Goiás um time carente de jogadores acima da média, a auto-estima é um valor fundamental para esta equipe que já esboça um conjunto. Acreditar na força do conjunto é uma força e tanto quando se fala em esporte coletivo.

Nesta partida contra o Flamengo, observamos três fatores significativos:

- pela primeira vez na competição, o técnico Leão colocou em campo a mesma equipe que entrou de titular na partida anterior, com a mesma distribuição tática;

- a equipe se comportou da mesma maneira com relação ao jogo anterior.

O terceiro fator, eu comento mais abaixo.

Sobre estes dois primeiros fatores, nota-se que aquilo que era um conjunto desorganizado de jogadores em campo já começa a se revelar sob a forma de uma equipe. O Goiás não é esta maravilha toda, mas já é “um time”. Com a repetição da escalação dos mesmos titulares, os jogadores começam a ganhar a confiança do treinador e, mais importante, passam a confiar mais no próprio desempenho. A insistência (pela repetição) faz com que os jogadores se conheçam dentro de campo e realizem com eficiência as orientações do treinador.

Já temos um sistema defensivo que está mais organizado, especialmente com três volantes - Jonílson, Amaral e Wellington Monteiro – dando o primeiro combate, protegendo a zaga e fazendo a cobertura das laterais. Na parte ofensiva, ainda há muito que se melhorar, mas – sabemos – não há como arrumar tudo de uma hora para outra. Romerito é uma referência de experiência e garra para a equipe. Bernardo e Éverton se movimentam bastante e ajudam na marcação. Mas se o Goiás já consegue neutralizar as investidas adversárias, ainda não conseguiu uma eficiência melhor no setor ofensivo. Com o tempo e a sequência de partidas, certamente, este setor também irá evoluir, até porque novos jogadores estão sendo contratados, como opção no ataque.

Ainda estamos errando muitos passes e os cruzamentos para a área adversária ainda estão pouco producentes. Mas foi muito bom ver que o Goiás pode jogar da mesma forma, tanto no Serra Dourada, quando fora de casa. Foi assim, nas duas partidas contra São Paulo (em casa) e Flamengo (fora). Isto mostra que, a despeito das deficiências técnicas, os jogadores do Goiás já conseguem se organizar taticamente em campo. Isto se chama disciplina. Méritos do técnico Leão e dos esforços dos jogadores.

O terceiro fator, que reputo ser o mais importante, é que os jogadores do Goiás estão entendendo que o esforço de cada um, visando o coletivo, é o responsável pelo êxito do time e, consequentemente, todos ganharão com isto. Neste time do Goiás, sob o comando do técnico Leão, não cabe individualismo.

É importante salientar que todos os jogadores estão vibrando juntos com os gols. Fiz questão de observar, depois, nos vídeos pela internet (quando podemos pausar a reprodução) que, no segundo gol do Goiás (o da virada) cerca de 7 jogadores correram para comemorar com o estreante Otacílio Netto, que marcara o gol. Otacílio Neto correu para o banco de reservas e foi abraçar Bernardo, que vibrava junto com os demais, fora de campo. Bernardo tinha acabado de deixar o campo, sendo substituído pelo próprio Otacílio. Ou seja, todos estão unidos. E a união, em esporte coletivo, é a base para tudo.

Leão “tem estrela”. Novamente teve que substituir o Romerito, que cansou no segundo tempo (o que é esperado, pois Romerito já não é mais um menino e se dedica ao máximo, em campo). De uma só vez, Leão colocou o Otacílio Neto no lugar de Romerito e tirou Bernardo para a entrada de Hugo. Hugo, descansado, ajudou o Goiás a melhorar a posse de bola e envolver a defesa do adversário. Habilidoso, bateu uma falta “a La Zico”, no ângulo, sem defesa para o goleiro Bruno. Um golaço. Era o empate aos 39 minutos do segundo tempo. Três minutos depois, Douglas entra na área e, numa jogada que fez lembrar seus bons tempos de Seleção Sub-20, dribla dois adversários num espaço exíguo e chuta para o gol. Bruno tem dificuldade em defender a bola, dando o rebote, que cai exatamente nos pés do atacante Otacílio Netto, que marca o gol da vitória. Leão colocou em campo os jogadores que marcariam os gols da vitória do Goiás. 

Não precisamos ter pressa. Mas o que não falta neste time do Goiás é disposição e correria, o que tem ajudado muito a parte defensiva e perturbado muito as defesas adversárias, mesmo que lá na frente, o Goiás pouco tem finalizado.  

Hoje não vou falar mal do Wellington Saci. Hoje, não.


AL-Braço
AL-©haer 

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