(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

( poesia visual / "Copa do Mundo" / Série "Futebol em Movimento" )

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mais uma para gozar "eles"

Mais uma partida contra “eles”. Na partida anterior, tinha sido empate, mas nesta, “eles” não conseguiram segurar o empate.

Mesmo com um time em reestruturação, com vários valores novos da base, mesmo com um esquema 4-4-2 ainda mal posicionado em campo, mesmo com a desconfiança da torcida (pelo o que pode fazer esta equipe na Copa do Brasil e na Série B do Brasileirão), o Goiás venceu mais uma.

Para as pretensões do Goiás, a vitória era necessária. Se perdesse, ficaria 6 pontos atrás deles. Com o triunfo, o Goiás iguala com o rival em número de pontos ganhos e volta ao G4.

Vencer “eles”, para mim, é melhor que conquistar o título. Rivalidade é tudo. Mas esta vitória só serve mesmo para alimentar a rivalidade.

A rigor, ambas as equipes fizeram um primeiro tempo muito ruim. No segundo tempo, as equipes só acordaram aos 23 minutos, quando o Goiás abriu o marcador. Logo em seguida, eles empataram, mas ainda deu tempo para o Goiás definir para 2 a 1. Até sair o primeiro gol, parecia que a partida terminaria em 0 a 0, repetindo o placar do primeiro turno do Goianão’2011.

Continuo a questionar uma coisa que está acontecendo com o Goiás.

O técnico Artur Neto insiste no esquema 4-4-2, mas o Rafael Tolói sobe ao ataque constantemente. Nesta partida contra “eles”, mais uma vez isto deu certo, pois foi Tolói que marcou o gol da vitória, posicionando-se na grande área em condições de receber a bola (livre), com o jovem Felipe Amorim antevendo a jogada e realizando um passe na medida. Tolói teve tempo e calma para dominar e chutar no canto.  

Deu certo e o Rafael Tolói está “gostando” disto. Mas é preciso reavaliar o esquema 4-4-2, com Tolói de zagueiro. Ou se coloca o Tolói de volante, ou voltamos ao esquema 3-5-2, para que as subidas de Tolói ao ataque não abram espaços na defesa, o que poderia ser aproveitado pelos adversários, em contra-ataques.

Esta vitória serve para a gente gozar eles. Só isto.

Futebol mesmo, fraco. O do Goiás está ruim, mas “dá para o gasto”, que é vencer eles, que estão piores ainda.
  
AL-Braço
AL-©haer

pêésse: aquela camisa deles é feia demais...ÉCA !!!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Goiás se classifica para a 2ª. Fase da Copa do Brasil 2011

E nem precisou da partida de volta contra o Vitória-ES. O Goiás foi lá e venceu por 4 a 1.

Estádio pequeno. Campo ruim. Fazia não sei quanto tempo que o Goiás não marcava tanto gol em uma partida.

A partida foi truncada até o momento em que o Vitória-ES teve um jogador expulso, quando a partida estava empatada em 1 a 1, já no segundo tempo. Antes, no primeiro tempo, o Goiás já estava com um a menos, pela expulsão do atacante Hugo, por reclamação, logo após ter aberto o marcador.

Dois fatores contribuíram para o triunfo do Goiás:

1. A partir do momento em que ambas as equipes estavam com 9 jogadores de linha, os espaços se abriram; o Vitória partiu para cima, tentando ela própria (a vitória, he he he) e o Goiás aproveitava bem os contra-ataques, nas “avenidas” deixadas pelos avanços do time capixaba.

2. Com a correria, o time do Vitória sentiu a falta de preparo físico e não conseguiu acompanhar a melhor preparação física dos goianos.

O resultado foi ótimo para o Meu Goiás, mas não dá para tirar conclusões animadoras, pois o adversário era bem fraco.

Outra questão que assusta é que o Rafael Tolói tem sido um “elemento-surpresa” indo ao ataque. Nesta partida, deu certo e até marcou um gol numa situação em que atuava como um verdadeiro centro-avante, sozinho lá na área. Ora, isto seria bom se o esquema fosse 3-5-2, mas no 4-4-2, as subidas do Tolói rumo ao ataque desorganizam o sistema defensivo.

Dizem que o zagueiro Tolói poderia ser experimentado na posição de volante. Imagino que pode dar certo. Seria uma ótima solução, uma vez que Tolói poderia ficar mais livre para seguir ao ataque, sem deixar a zaga vulnerável. Daí, o sistema 4-4-2, com Tolói sendo um dos volantes, não se desestabilizaria, taticamente. E, considerando que o Tolói é jovem e tem ótimo preparo físico, quando o Goiás for atacado, o Tolói pode se posicionar à frente da zaga, como se fosse um terceiro zagueiro. Com a posse de bola, Tolói já se mostrou habilidoso e rápido, o que seria mais uma opção forte de ataque. Queria ver isto!

Uma vitória importante. De goleada.

Mas sem empolgar.


AL-Braço
AL-©haer 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Fenômeno e o menino Ronaldinho

Quis o destino que Ronaldinho (prefiro chamá-lo assim, como era nos tempos de Cruzeiro) anunciasse sua retirada dos campos de futebol justamente no dia em que o Mundo (com exceção do Brasil) comemora o Valentine’s Day, que é como um “Dia dos Namorados” estendido também aos amigos.

Hoje é dia de dar presente à quem se quer bem e a bola foi pega de surpresa, pois um de seus maiores amantes passará a não tocar mais nela, da maneira com que ela gosta de ser movida.

O saudoso Ênio Andrade, então técnico do Cruzeiro, quando lhe perguntaram o que ele achava do Ronaldinho (que já no início de sua carreira tinha marcado 49 gols em 50 jogos, marca esta somente superada pelo Rei) disse, com aquela tranquilidade:

“- A bola gosta dele.”

Ênio Andrade confirmava nesta frase o que seria uma profecia: a bola já tinha escolhido o Ronaldinho, como escolhera – para ficar apenas com alguns exemplos brasileiros – Garrincha, Tostão, Rivelino, Gerson, Zico, Romário e, mais recentemente, Paulo Henrique Ganso. Deixei o Rei Pelé de fora desta lista, porque – como diz o Pepe – Pelé é extraterrestre.

Um jogador que foi a quatro Copas do Mundo, Campeão em duas, escolhido em três temporadas o Melhor do Mundo e detentor do título de Maior Artilheiro de Todas as Copas não poderia mesmo ter tido outra denominação, senão O Fenômeno. Isto sem falar nas duas contusões gravíssimas (primeiro na Inter, depois no Milan), que ele superou com uma força de vontade que eu só tinha visto antes com o Zico. São casos de amor (verdadeiro) com a bola.

Por tudo que Ronaldinho representou, simbolizou e iconizou (existe este verbo?) não somente para o Brasil e os brasileiros, mas para o Mundo todo, esta História poderia ter sido diferente. Falo da Final da Copa de 98 e da convocação para a Copa de 2006. Não. Ronaldinho não merecia aquilo. Para o bem do Futebol e do próprio Ronaldinho, ele não deveria ter sido escalado para aquela final contra a França, nem deveria ter sido convocado para a Seleção com mais de 10 quilos (falam que eram 14!) acima do peso. Eu sei que – lá no fundo – todo jogador brasileiro é aquele menino peladeiro que não quer ficar de fora, nem machucado. Mas, o Ronaldinho de 98 e de 2006 não era somente aquele menino que ele (até hoje) tentou trazer dentro dele. Alí era O Fenômeno e os interesses financeiros (que passam longe da alma do menino) não poderiam jogar o nosso Ronaldinho aos leões, para os fins de marketing e imagem. Não se faz isto com um jogador da categoria e da importância do Ronaldinho. Nestes dois episódios, começaram a matar um pouco da alma do menino, que está – também – dentro de nós, torcedores. Quem ama o Futebol e acompanhou o Ronaldinho desde o Cruzeiro, vibrou com O Fenômeno, sabendo que – no fundo – estava lá o Ronaldinho, levando para o Mundo o menino que todos nós temos aqui dentro.

Quem me conhece, quem é mais próximo de mim, sabe que desde 1990 eu deixei de torcer para a Seleção Brasileira. Sinceramente, apesar de que o Romário ganhou aquela Copa de 94 “sozinho” (tudo bem, tivemos ainda aquele passe do Bebeto), aquele título foi um desserviço ao Futebol, pois elevou um Parreira a um patamar em que ele nunca pertenceu, trouxe de volta o Gagallo para 98 (que nós tivemos que engolir) e, se já era pouco, a “sem-noçãozisse” (esta eu inventei, agora!) chegou a tanto que “rendeu” – na última Copa de 2010 – o posto de técnico (?) ao Dunga, aquele mesmo da “Era Dunga”. Pois bem, naquela Copa de 94, a única vez que me levantei da poltrona, foi na prorrogação da Final, quando eu pensava que o Ronaldinho iria entrar e marcar o gol da vitória. Naquela época eu já torcia para o Ronaldinho. Frustração: colocaram o Viola.

Quando Ronaldinho jogava pelo Barcelona e pela Inter, meus Domingos eram na casa de meus pais, junto com Meu Pai assistindo o Ronaldinho jogar. Minha Mãe vinha para a sala de TV trazer uns aperitivos, para a gente não ficar com a barriga vazia, pois o almoço ficava sempre para “depois do Ronaldinho”.

E, em 2002, também não torci para a Seleção Brasileira, mas quando a bola ia na direção do Ronaldinho, eu já estava de pé. Aquela taça que o Cafu levantou, para mim, era só Ronaldinho.

Eis que, quando todos davam a carreira de Ronaldinho encerrada, o Corinthians fez a Maior Contratação da História do Futebol Brasileiro. Era 2008. Foi o ano em que se juntaram dois Fenômenos: Ele e “o bando de loucos”. Foi o único ano em que a Série B foi mais importante que a Série A. Naquele ano, o Corinthians foi Campeão da Série B; em 2009, Campeão Paulista (com direito aquele “gol de placa” dele contra o Santos lá na Vila Belmiro) e Campeão da Copa do Brasil; em 2010, terceiro lugar na Serie A.

Ronaldinho ainda queria ser Campeão da Libertadores, para retribuir ao “bando de loucos”. Não deu. Faz parte do Futebol.

Ronaldinho disse, ao justificar sua retirada:

“- Perdi para o meu corpo.”

“- Sinto dor até para subir uma escada, e minha casa não tem elevador.”

Então, o dia tinha que ser mesmo este. Ironicamente, a bola recebeu um presente amargo, exatamente no dia de São Valentim.

Fico com os dizeres nas costas da camisa que ele recebeu do Presidente do Corinthians:

“#PARA SEMPRE 9 FENÔMENO”

É exatamente isto: quem parou foi o Sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima.




E aquele menino Ronaldinho não para nunca aqui dentro das minhas quatro linhas, que demarcam, no meu peito e na minha memória, a minha paixão pelo Futebol.


AL-Braços
AL-Chaer