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domingo, 27 de junho de 2010

Nas mãos dos goleiros

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Nesta Copa de 2010, temos visto que a maioria das equipes se defende bem. Ou melhor dizendo, defendem melhor do que atacam. Os defensores de uma equipe têm se saído melhor que os atacantes adversários. As estatísticas confirmam, pelo baixo número de gols marcados. E, em se tratando de estatísticas, a goleada que Alemanha aplicou no time da Austrália e a goleada de Portugal sobre a Coréia do Norte ficam de fora, por estarem longe do desvio-padrão.

Imagino que o sonho de consumo de todo técnico é conseguir armar um time a La Mourinho...

No primeiro dia das oitavas, as partidas foram bem movimentadas. Nos meus pALpites, eu disse que a Coréia do Sul iria complicar para o Uruguai e foi quase isto. Cheguei a sentir um cheiro de listras brancas e pretas (explico: é que eu também sou poeta visual e, com o tempo e o ofício, já aprendi a sentir o cheiro das cores). Após o gol de empate dos coreanos, eles tiveram uma ótima chance de virar a partida, mas o chute foi nas mãos do goleiro. Na outra partida, o time de Gana me surpreendeu, porque, pelo fato de o time dos EUA ser muito mais organizado taticamente e pela responsabilidade que está sobre os ombros dos ganenses (a única equipe africana a seguir na competição), imaginava que os EUA venceriam fácil.

Apesar de que tivemos mais movimentação, o resultado em termos de gols marcados ainda segue o padrão desta Copa: quem marca primeiro, dificilmente perde a partida; e só tivemos duas “viradas” até o momento e é raro uma equipe marcar 3 gols.

Uruguai e Gana não foram muito superiores à Coréia do Sul e aos EUA. Não. Então, o que é que fez a diferença a favor de Uruguai e Gana?

Fácil: os goleiros. O filósofo contemporâneo Nenem Prancha dizia que “posição de goleiro é tão ingrata, que onde ele joga nem grama nasce”. E, a maior verdade do Futebol é que todos podem falhar, menos o goleiro. Nesta Copa da África, se o atacante isola a bola, é culpa da Jabulani. Se o goleiro reclama da Jabulani, aí é desculpa de frangueiro.

Infelizmente, o que decidiu a favor de Uruguai e Gana foram duas falhas de goleiros. No primeiro gol do Uruguai, o goleiro sulcoreano não interceptou um cruzamento de Forlán, uma bola fácil, que passou do lado dele indo encontrar o atacante uruguaio Suárez, que marcou com o gol vazio. E o segundo gol de Gana, apesar de ter sido um chute muito forte, foi no rumo do goleiro norteamericano: se ele não estivesse com as pernas flexionadas, a bola explodiria no seu peito (antes que os observadores de plantão reclamem, tudo bem, a bola teria arrebentado a cara do goleiro, mas não entraria).

Esta Copa de 2010 está nas mãos dos goleiros. Literalmente. Quem tiver o goleiro que falhar menos, será o Campeão.

AL-Braço
AL-©haer

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