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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Quase que foi mais branco do que verde

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Comparando as partidas das últimas 6 vitórias do Goiás, esta última sobre o Flamengo apresentou uma novidade: foi a única em que o Goiás alternou um excelente e um mau momento.

Se olharmos apenas o placar da partida, pela festa que já começou na parte da manhã com a chegada do Fernandão, desfile em carro aberto, entrevista coletiva, com direito a estacionar o helicóptero no centro do gramado do Serra Dourada e volta olímpica, considerando que o estádio estava lotado (mais de 40 mil presentes, as cores divididas meio-a-meio), foi mais um excelente resultado do Meu Goiás.

Mas, nesta trajetória de seis vitórias consecutivas, esta partida revelou instabilidades na equipe do Goiás. Foram dois tempos distintos: no primeiro, só deu Goiás; no segundo, só deu Flamengo. No primeiro tempo, o Goiás poderia ter aberto 4 gols de vantagem, tamanha era a facilidade que encontrava, mas só fez 2 a 0. O Flamengo chegou a chutar duas bolas no gol do Harlei, difíceis de defender, mas o São Harlei estava lá (básico: dois milagrinhos para manter as estatísticas). Já no segundo tempo, o Flamengo só não virou para 3 a 2, porque os três zagueiros do Goiás cumpriram bem a missão e a equipe do Flamengo errou muitos passes.

Sabemos que nas equipes brasileiras, a maioria dos jogadores joga mais com o esforço físico do que com o talento. Ou seja, a preparação física tem sido um fator determinante para o sucesso de uma equipe. Estou dizendo isto, porque achei que o Goiás cansou no segundo tempo.

E, tentando explicar o fato, aliado à maratona das nove partidas (meio de semana e final de semana, nestes 30 dias nos meses de julho e agosto, o que é esperado uma queda de rendimento), aconteceu uma situação interessante no primeiro tempo desta partida contra o Flamengo, que não tinha ocorrido nas cinco vitórias anteriores: o Flamengo parecia que não tinha entrado no jogo e a bola ficava somente nos pés dos jogadores do Goiás; empurrado pela sua torcida, os jogadores do Goiás empreenderam um ritmo fora dos padrões, pois o normal não é o Goiás sufocar o adversário, o normal é o Goiás partir em contra-ataques. Ou seja, no primeiro tempo os jogadores do Goiás mantiveram a posse de bola, os volantes e até os zagueiros participaram ativamente da pressão que o Flamengo permitiu ao Goiás fazer. Resumindo, o Goiás correu mais do que normalmente corre e a equipe voltou cansada para o segundo tempo.

O Andrade foi muito feliz nas substituições, especificamente ao iniciar o segundo tempo com o Petkovic. Taticamente, Andrade também acertou ao reforçar a marcação sobre o Iarley, ao avançar seu time pelo meio e dificultar as ações do meio de campo do Goiás, ao manter uma marcação direta nos alas do Goiás, não permitindo que o Goiás se utilizasse dos mesmos para sair em contra-ataques. O resultado disto foi a inversão do panorama da partida. Se no primeiro tempo, o jogo ficou praticamente no campo de ataque do Goiás, já no segundo, foi um jogo também de um campo só, mas era o do ataque do Flamengo. O Goiás não conseguia mais realizar três passes seguidos e a posse de bola era só do Flamengo.

Há algum tempo, temos visto que o Leo Moura não tem realizado boas partidas, que ele tem rendido abaixo do que costuma render. Mas Adriano e Petkovic são talentos acima da média. Petkovic teve uma passagem conturbada, rápida e sem brilhantismo quando jogou pelo Goiás, mas é inegável sua rara habilidade com a bola. Adriano, já divide a artilharia do Brasileirão e dispensa apresentação.

O cansaço do time do Goiás, dando liberdade para o Flamengo crescer em campo, permitiu que a bola passasse muito pelos pés de Petkovic enquanto que Adriano empurrava mais o Goiás para o seu campo de defesa.

Então, o Flamengo, que quase é goleado na primeira etapa, consegue um empate na etapa complementar, com jogadas decisivas com assinatura de Adriano e Petkovic.

No segundo tempo deu um branco no Meu Verdão, que quase permite a virada do Flamengo.

Mas, quando a fase está boa (e era noite de lua), os Deuses do Futebol conspiram a favor e, no finalzinho da partida, Leo Lima e Iarley fizeram uma “Pelé-Coutinho” na entrada da área e o Iarley marcou mais um, fechando o placar.

No final, tudo ficou verde. Mas quase que passamos em branco.

Quase.


AL-Braço
AL-©haer

3 comentários:

Skygyn disse...

q sufoco foi aquele ne.. ta doido.. vc conhece.. parabens pela visão... vc encherga o jogo como poucos... abraço

AL-Chaer disse...

vALeu pelo seu comentário, caro Aroldo!!!

Vamos ver como será contra o SP lá no Morumbi...

AL-Bracos
AL-Chaer

marck disse...

Muito bom os seus textos, descobri através do blogo Torero. Esse jogo foi realmente para corações fortes, primeiro tempo arrasador e um segundo meia boca, mas como bem frisou, o estrela do Goiás parece realmente destinada a brilhar esse ano, caso passemos pelo SPFC a coisa vai ficar alucinante. abs