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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Qual o segredo desse Goiás?

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Não é o esquema tático, pois já na escalação vê-se que o Goiás joga no 3-6-1, sem invenção.

Não é a maneira do Goiás se posicionar em campo, pois o time do Goiás deixa o adversário vir com a bola, para recuperá-la e partir em contra-ataque.

Não é o rodízio que os volantes e os zagueiros fazem para “matar” as jogadas dos adversários com faltas na faixa de campo entre as duas intermediárias.

Não são as subidas dos alas, ora o ala direito, ora o ala esquerdo, pois raramente os dois vão juntos ao ataque.

Não é o “serviço de peão” que o Iarley faz, de forma competente, deslocando-se de um lado para o outro, protegendo e conduzindo bem a bola, trazendo para si a atenção de dois marcadores, distribuindo bem as jogadas e abrindo espaço para quem vem de trás. Todo o Brasil sabe que o Iarley joga assim.

Não é o posicionamento da zaga, pois os três zagueiros se entendem (qualquer que seja a formação, sai um, entra outro e a eficiência se mantém, nas bolas rasteiras e nas bolas altas) e estão bem treinados e atentos.

Não é o São Harlei, com suas defesas, sua experiência, sua liderança e sua impressionante marca de mais de 600 jogos pelo Goiás, que o Brasil inteiro reconhece.

Com exceção do Harlei, este sim é um “craque”, o Goiás não tem nenhum outro “craque” na acepção da palavra. O Iarley tem sido um destaque, pela sua experiência, pela sua capacidade de se posicionar em campo, pela sua obediência tática, pelos gols importantes e decisivos que tem marcado, mas – convenhamos – tá longe de ser considerado um “craque”.

Caríssima Esmeraldina e Caríssimo Esmeraldino (doentes como eu), quando eu falo em “craque” - considerando apenas a História do Goiás que eu acompanho desde 1973 - eu estou lembrando de jogadores e citarei ALguns como Lincoln, Tuíra, Pastoril (esse era meio “custoso”, mas era um Mário Sérgio negro), Carlos Alberto Santos, Péricles, Luvanor (O MAIOR!), Zé Teodoro, Cacau (o “Diabo Loiro”), Uidemar, Túlio, Josué (em todos os anos que jogou no Goiás, jogou um Futebol melhor do que aquele que ele jogou no São Paulo, muito melhor do que este que está jogando agora, que o mantém na Seleção), Fernandão e Paulo Baier.


Não. Não estou exagerando, não. Também não estou sendo exigente. Alguém poderia perguntar: e o Araújo? Esse era muito habilidoso, mas me passou mais raiva do que trouxe alegria. É verdade que driblava muito e tinha muita velocidade, mas seus arremates a gol eram muito ruins (só marcava gol de pertinho) e seus cruzamentos não tinham uma constância, uma hora eram perfeitos, outra hora eram sofríveis.

Vamos fazer justiça: esse menino, o Rafael Tolói, este sim, em breve vai ser mais outro “craque” na minha caderneta de anotação. Por enquanto é um ótimo zagueiro com muitas qualidades (que poucos zagueiros as têm), técnico e raçudo, é exemplo para os demais seguirem, contagia com sua dedicação e garra dentro de campo. Nem atingiu 20 anos e já é Capitão da Seleção Sub-20 e parece um “veterano”, pois não treme em campo. Mas, ainda não é um “craque”. Será. Em breve.

Assisti com atenção redobrada à partida em que o Goiás venceu o Santo André, anotando no notebook as variações de jogadas do Goiás e o que impressiona é que as jogadas do Goiás são extremamente previsíveis. O mais impressionante ainda é que os adversários “caem” nestas jogadas.

Especificamente nesta partida contra o Santo André, o que notei é que em nenhum momento da partida o time do Goiás abandonou a orientação tática. O Goiás jogou o tempo todo obedecendo o esquema tático, inclusive os jogadores que entraram no decorrer da partida não desmontaram a estratégia da equipe.

Então, cara Leitorcedora, caro Leitorcedor, com exceção do São Harlei, o segredo desse Goiás é que o “craque” está no banco de reservas, comandando a equipe.
O “craque” é o Hélio dos Anjos.

Já disse e repito: o Hélio dos Anjos está “tirando leite de pedra”.

E o Hélio dos Anjos acredita neste esquema tático. E insiste. E convence. E comanda. E os jogadores executam.

Esse esquema 3-6-1 é defensivo somente no nome, pois o Goiás é o terceiro ataque mais positivo da competição com 30 gols marcados, um a menos que o Atlético-MG, três a menos que o Grêmio Barueri.

O segredo desse Goiás é que não há “craque” na linha. Todos fazem o simples e o básico. Sem inventar.

O segredo é que o time do Goiás não joga para a Torcida. Nem para a Diretoria. Nem para a Imprensa.

O time do Goiás joga para o Hélio dos Anjos
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AL-Braço
AL-©haer

Um comentário:

moacircaetano disse...

apaz, encontrei esse texto no Blog do Torero, quase morri de susto! hahahahah!
E depois de alegria, claro!
Um grande abraço, Chaer!