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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ainda é pouco

Na primeira partida sob o comando do técnico Jorginho (ex-assistente de confessionário do Dunga) os jogadores do Goiás resolveram correr bem mais do que habitualmente têm feito, aqui no Serra Dourada.

De novidade, na escalação, foi Wendel Santos no lugar do prata da casa, o volante Amaral. Mas, infelizmente, o Jorginho “prefere” o esquema 4-4-2, o que – com os atuais volantes – é um “Deus-nos-acuda” para a nosso miolo de zaga, formado por Rafael Tolói e Ernando.

Wendel Santos até que não comprometeu. Para minha surpresa, principalmente no primeiro tempo, movimentou-se bastante, atuou ofensivamente, chegando a dar um belo chute de fora da área, a bola explodiu no travessão, voltou nas costas do goleiro Fábio Costa, mas saiu rente à trave, para escanteio. Substituído, no segundo tempo, pelo jovem Rithelly, este não produziu quase nada.

Sejamos justos: o time do Goiás correu bastante. Bernardo lutou muito até o final da partida. E quanto a Douglas, este resolveu jogar a sua primeira partida de verdade, neste ano.

O adversário era outro desesperado, o time do Atlético-MG, de Luxemburgo, os Diegos Tardelli e Souza e Ricardinho e Cia. Tardelli não jogou, por contusão. Ricardinho e Diego Souza foram barrados. Sobrou para o Neto Berola. E Neto Berola fez apenas duas jogadas no primeiro tempo, o suficiente para deixar a defesa do Goiás em polvorosa e a torcida do Goiás desconfiada. O Goiás abrira o marcador aos 5 minutos do primeiro tempo e continuou pressionando o adversário, mas o segundo gol não saía.

Felipe entrou no segundo tempo, quando já estava 2 a 1 para o Atlético-Mg (de virada, gol do Diego Souza, que entrou e – no seu primeiro lance – fez este gol e depois não fez mais nada). Entrevistado depois da partida, Felipe se queixou de que não pode ser considerado “O Salvador da Pátria”. Infelizmente, não é só deficiência técnica que penaliza o time do Goiás. Taticamente, a equipe está perdida, com poucas alternativas (através dos laterais, seguidas de cruzamentos para a área adversária) e com um péssimo posicionamento do sistema defensivo.

O Atlético Mineiro pouco atacou no primeiro tempo, o que nos iludia a pensar que a nossa defesa estava melhor. Como disse anteriormente, foi só o Neto Berola fazer umas firulas, que revelou nossa fragilidade defensiva, a ponto de dar condições para o Obina (aquele!) deitar e rolar para cima da gente.

É claro que ainda não deu tempo para o Jorginho fazer muita coisa. Mas, pelo menos, nesta partida conta o Atlético-MG, houve empenho e dedicação da equipe. Muita correria, o que revelou outra deficiência: o lateral Júnior não aguentou o ritmo, sendo substituído por cansaço, extenuado que estava tentando acompanhar os demais jogadores. No seu lugar, Jadilson foi ressuscitado e – apesar de inseguro, marcado pela torcida – conseguiu realizar algumas boas jogadas pela linha de fundo.

Pode melhorar? Pode. Até porque pior que a “lanterna” não tem jeito mesmo, né?

Com o que temos no elenco, mesmo que a equipe mantenha a dedicação, com espírito de luta, ainda é pouco.

Tão pouco que conseguimos perder de 3 a 1 em pleno Serra Dourada para esta caricatura que é o atual time do tradicional Galo Mineiro, que ainda não tinha vencido fora de casa, neste Brasileirão.

Se Felipe não é “O Salvador da Pátria”, Jorginho vai ter que fazer milagres.

Com o elenco atual do Goiás, parece que o que vimos hoje representa uns 80% do que podem render estes jogadores.

Temo que, mesmo atingindo uns 95%, ainda seja pouco (e talvez, tarde) para a fuga do rebaixamento.

A minha esperança é que o esquema tático volte ao jurássico 3-5-2, ou uma variação 3-6-1. Precisamos parar de levar gols. Do jeito que as coisas andam, para o Goiás, um 0 a 0 já pode ser considerado um resultado com sabor de vitória.
Quando a diretoria saldar os salários atrasados, será que o time terá mais futebol para apresentar? Acho que não.

Mas estes salários têm que ser pagos logo, para não haver mais desculpas. Os salários atrasados estão camuflando a realidade de que a qualidade do elenco do Goiás é mesmo muito limitada. Mais do que a gente possa imaginar.

AL-Braço
AL-©haer

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