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quarta-feira, 23 de julho de 2008

O que esperar do Nosso Goiás?

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1. A vinda do Hélio dos Anjos foi uma boa, por dois motivos: Hélio dos Anjos já é bastante conhecido nosso e tem um poder de comunicação com seus comandados, individual e coletivamente, o que faz com que seus jogadores fiquem "mais ligados" na partida. Em termos de motivação, ele sabe como extrair "leite de pedra".

2. O retorno do Romerito, além de sua experiência, trouxe mais posse de bola para a nossa equipe e melhorou o nosso passe.

3. Iarley, que não é um atacante de área, joga mais como o antigo ponta-de-lança, protege bem a bola, passa bem e já caiu nas graças da torcida.

4. Surpreendentemente, o Fernando está jogando até bem, sem comprometer.

5. O time está "correndo" mais.

Infelizmente, são somente estas as boas novas.

Vocês devem estar pensando que eu estou sendo muito rigoroso. Não. Não estou não.
O Goiás está no seu limite!

Depois que o Hélio dos Anjos chegou, o que vimos do Goiás já é – na minha opinião – o máximo de performance que conseguiremos com o atual elenco.

Vamos, então analisar o time titular que tem jogado as últimas partidas:

- Harlei: Continuará realizando seus milagres de "São Harlei", que ainda vêm numa impressionante média de 3 por partida; insisto em dizer que não podemos ser injustos com o Harlei; o Harlei ainda está entre os melhores goleiros em atuação no país e, se há falhas de posicionamento ou falhas nas saídas em bolas aéreas, isto não é privilégio dele; os goleiros brasileiros têm esta característica; não somos culpados por não termos tradicionalmente goleiros excepcionais; O Futebol do Brasil é assim; e, convenhamos, o Harlei tem um reflexo invejável, especialmente em bolas à queima-roupa; um atacante cara-a-cara com o Harlei, eu aposto no Harlei.

- Ernando, Henrique e Paulo Henrique: Com a bola no chão, têm feito boas antecipações e conseguido cobrir os avanços dos alas, mas nas bolas aéreas, ainda carecem de muito treinamento, principalmente no posicionamento dentro da área de defesa. Uma bola cruzada para a área, se não for interceptada, sabemos que a bola cabeceada é a bola mais difícil para o goleiro fazer a defesa. Se a bola chega na cabeça do adversário, não dá para ficar culpando o Harlei. Paulo Henrique é mais vibrante e já marcou dois gols. Ernando é mais técnico. Henrique fica no meio termo. Os três juntos ainda não inspiram confiança. E eu não sei se – nesta maratona que é o Brasileirão – teremos tempo de treinar os fundamentos de defesa. Eles podem melhorar? Acredito que pouco, taticamente falando. Tecnicamente, já estão jogando no limite. Mais disposição do que talento.

- Vitor e Júlio César: Foi só o Thiago Feltre chegar e o Júlio César passou a correr mais e caprichar nos cruzamentos; mas, não dá para ficar esperando muito mais do que o Júlio César fez na partida contra o Palmeiras; quanto ao Vitor...a única qualidade que ele tem é o preparo físico, mas de que adianta tamanho fôlego? O Vitor erra passes de 2 metros, abaixa a cabeça e sai driblando até perder a bola e proporcionar contra-ataques, seus cruzamentos são sofríveis e é um péssimo marcador. Sinceramente, eu prefiro o Paulo Baier com tendinite nos dois joelhos jogando no lugar de Vitor. Para resumir a minha opinião sobre o Vitor, vejam a situação: se, numa partida, o Goiás já tiver feito as três substituições e o Vitor se contundir e tiver que sair, com 10 em campo (sem o Vitor), o Goiás jogaria melhor. O Vitor é de dar pena! É de dar dó!

- Fernando e Ramalho: Em time que joga com três zagueiros, os volantes têm um papel importantíssimo. São os mais sacrificados deste esquema, pois – sem a posse de bola - têm que dar o primeiro combate, proteger a zaga e cobrir os laterais; com a posse de bola, têm que ter uma boa visão dos companheiros de ataque, têm que saber conduzir a bola e têm que ter uma boa qualidade no passe. Fernando e Ramalho não têm uma regularidade em todos estes quesitos. Quando o Goiás está recuado, pelo congestionamento dos jogadores e a diminuição dos espaços, até que Fernando e Ramalho se saem razoavelmente bem na defesa. Mas, com a posse de bola, parece que não sabem bem o que fazer com ela. No ataque, Fernando está um pouquinho melhor do que Ramalho. Mas nada que possa nos entusiasmar. Ambos rifam muito a bola, devolvendo-a para o adversário.

- Romerito e Iarley: A experiência e a habilidade de ambos contribuiu para melhorar a nossa posse de bola e a qualidade do passe. São dois dos fundamentos principais do Futebol. Ambos têm – também – demonstrado determinação e garra, o que contagia favoravelmente a equipe a "brigar pela bola", apesar de que, ALguns – o Vitor, por exemplo – têm "brigado com a bola". Ambos têm condição de definir uma partida em lances individuais, pela capacidade técnica. Mas, em virtude desta capacidade técnica, a bola passa muito pelos pés deles e, como conseqüência, são bastante exigidos, o que leva a um desgaste físico, especialmente do meio do segundo tempo para o final da partida. Romerito e Iarley já não são mais "meninos" e vão se cansar muito. Ambos voltam para ajudar o meio-de-campo na marcação, com a responsabilidade de "matar" as jogadas de contra-ataques. Vão receber muitos cartões amarelos. E, vamos torcer para que não tenham contusões sérias, pois – estatisticamente – por terem mais a bola nos pés, sofrerão mais faltas.

- Alex Terra: Rápido. Desmarca-se bem. Mas por não ser um centro-avante "de área" e, por ficar sozinho lá na frente, tem recebido as bolas como se fosse um ponteiro, ora pela direita, ora pela esquerda, quando foge da marcação de dentro da área. Aí, até ele girar para fazer um cruzamento ou passar a bola para quem vem de trás, já deu tempo da defesa adversária se arrumar. Alex Terra não tem boa estatura. Marcou um gol de cabeça (belo gol) contra o Palmeiras, mas não tinha nenhum zagueiro disputando a bola. Estava desmarcado. Livre. Marcou outro, nesta mesma partida, numa penetração rápida pelo meio da defesa, escorando o cruzamento do Romerito. Mas, só tinha marcado um gol apenas, antes destes dois contra o Palmeiras. Ou seja, corre tanto que não pára no lugar certo para marcar os gols.

Ou seja, o que o Hélio dos Anjos pode conseguir com este elenco é fincar o pé no esquema 3-6-1 seja jogando no Serra Dourada, seja jogando fora de casa.
Completamos 13 jogos, um terço do Brasileirão. Nesta terça parte do campeonato, apenas nas primeiras três rodadas estivemos fora da zona do rebaixamento. Nas últimas dez rodadas, oscilamos entre a 17ª e a 19ª posição. Faz cinco rodadas que mantemos a 17ª colocação.

O que eu espero é que o Goiás, nas próximas 13 partidas, saia da zona do rebaixamento. Ficaria feliz com o 16º Lugar. Juro! E, nas 12 últimas partidas, que nos livremos do perigo do rebaixamento.

É só isto que eu espero: o Nosso Goiás não se rebaixar para a Série B de 2009. Mas, sem aquele sofrimento que foi o ano passado.

Será que estou pedindo muito?


AL-Braços
AL-©haer

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