(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Deu "D"


Horas antes da partida de volta da Final da Libertadores 2008, eu pensava em várias coisas.

Primeiro, tomando café - minha bebida predileta (na verdade é o uísque, mas vou continuar dizendo que é o café) – pensei em fazer uma LeiturA da "Bôrra de cALfé". Desisti, porque requer muita concentração, despende um enorme desgaste físico e eu estava com preguiça. Sem falar o desgaste emocionAL, quando a "bôrra" nos faLA ALgo que não queremos ouvir.

Depois, resolvi brincar com as letras. É um passatempo. E um exercício diário que faço, quase mecanicamente. No trânsito, por exemplo, quando estou parado no semáforo, busco nos "out-doors" as palavras e vou trocando as letras, buscando descobrir anagramas, troco as sí-bas-las, para ver o que vai dar, leio as palavras de trás pra frente e imagino que idioma seria esse "sêugutroP".

As palavras, naquele momento, eram FLU e LDU. Ambas contendo "L" e "U". Qual letra entraria no nome do iminente Campeão da Libertadores? "F" ou "D"? Para que o FLU fosse Campeão, Deveria colocar-se à Frente, já no início. Para que a LDU fosse Campeã, Ficaria à espera de um Descuido pelo meio.

Até a partida de ida desta Final, a equipe que estava empatando era a LDU. Tanto nas quartas de final, quanto na semi-final, a LDU vinha seguindo às custas de empates. Foram 4 empates seguidos. Quem estava vencendo era o Fluminense, e vencendo bem grandes e tradicionais equipes como São Paulo e Boca Juniors.

E, lá em Quito, aqueles surpreendentes quatro gols da LDU ainda no primeiro tempo não pareceu obra do acaso, não. Parecia obra do Destino.

Sentei-me, confortavelmente, à frente da TV, para assistir à segunda partida da Final. Quando você assiste a uma decisão em que seu time não está na Final, fica mais fácil acompanhar a partida, pois – sem a paixão – os olhos do espectador só vê o que ele vê mesmo e não o que a paixão quer ver, apenas.

Então, vi um Fluminense determinado a vencer, desde o início. E vi uma LDU que, veio fechadinha, mas não estava na retranca. Sempre com dois atacantes prendendo a defesa do Fluminense, às vezes com um terceiro e seus jogadores correndo muito e tocando a bola, quando tinham a posse. E, considerando que o time que Renato Gaúcho comete poucas faltas e que a LDU também não estava "parando o jogo" (foram inteligentes, pois o Fluminense, nesta Libertadores, teve na bola aérea e nas cobranças de falta a sua mais poderosa arma), a partida foi muito corrida. Jogo bom de se assistir.

E veio o gol da LDU, aos 5 minutos do primeiro tempo. Imaginei que, a partir daí, aconteceriam muitos gols, mas não dava para saber de qual lado.

Eis que os Deuses do Futebol estavam do lado do Fluminense, pois Thiago Neves empatou seis minutos depois e o Fluminense seguiu no seu propósito (único) de buscar – no mínimo – mais dois gols, com a atenção de não sofrer mais nenhum.

Apesar de que a defesa do Fluminense – em alguns momentos – ficava mais branca que verde e grená, a LDU não conseguia marcar mais gols e, ainda no primeiro tempo, Thiago Neves marcou mais um, aos 27 minutos.

O momento mais marcante veio no segundo tempo. Falta para o Fluminense. A torcida começou a entoar a sua canção mágica: "A Bênção / João de Deus / Nosso Povo te Abraça..." com as mãos erguidas aos céus e, o não menos abençoado Thiago Neves bate – com perfeição – por cima da barreira, vencendo o goleiro Cevallos, para colocar o Fluminense com os – mínimos – dois gols à frente.

Eram apenas 11 minutos do segundo tempo e havia tempo para mais um gol, ainda no tempo regulamentar. Parecia que o Fluminense marcaria esse gol. Mas a LDU não entrou em pânico e, principalmente pela determinação de Urrutia e Guerrón, conseguia boas investidas, mostrando que não estava nem um pouco preocupada com um possível quarto gol do Fluminense.

Eis que um fator importante passou a ter peso: o Fluminense começava a se cansar, não somente pelo que correu para conseguir os dois – mínimos, repito – gols de vantagem nessa partida, mas porque a "corrida" tinha começado já no segundo tempo da primeira partida, quando – no campo do adversário – impôs seu estilo de jogo e – naquele segundo tempo – venceu por 1 a 0.

A diferença foi exatamente isto. Enquanto que a LDU correu apenas um tempo para fazer seus 4 gols, o Fluminense já estava correndo por dois tempos e mais um pouco para empatar.

Os "detalhes" não devem ficar por conta daquele gol que o Thiago Neves não fez (quase no final da prorrogação), ou melhor, ele até que bateu direitinho, mas o Cevallos defendeu, nem daquele lance do gol anulado da LDU, por impedimento, que o "tira-teima" mostrou que o atacante estava "na mesma linha", nem das bolas na trave.

O "detalhe" de toda a partida foi uma "quinta" que Guerrón engatou lá de sua defesa, lançando para ele mesmo, num "pique" de mais de 70 metros, passando por todo mundo, só sendo parado com falta, quase na entrada da área, que resultou na expulsão de Luiz Alberto. Toda essa disposição de Guerrón foi o "susto" que faltava para que o Fluminense, já bastante cansado, diminuísse mais ainda seu ímpeto na prorrogação.

E a decisão foi mesmo através dos pênaltis. Pênalti é "loteria"? Não. Pênalti é "competência"? Também não.

Pênalti é uma questão de Física. Dinâmica das Partículas. Energia e Quantidade de Movimento. Apesar de que a distância (os 11 metros) é pequena e a largura da trave (os 7 metros e pouco) é grande, marcar um gol de pênalti depende das mesmas questões físicas de marcar qualquer outro gol. A bola tem que ir numa direção em que não bata na trave (mesmo assim, às vezes ela bate e entra, ou bate e rebate nas costas do goleiro e entra também); a bola tem que ir numa direção que não vá para fora, com uma velocidade maior com a que o goleiro possa atingi-la, isto quando o goleiro vai ao encontro da bola, pois – muitas das vezes – o goleiro arrisca um canto e o cobrador coloca no outro. Somos muito injustos, quando dizemos que "fulano PERDEU um pênalti". Quando o atacante chuta no rumo do gol, mas não marca, o mérito é todo do goleiro, pois é o goleiro que "DEFENDE o pênalti". Não sou partidário daquela máxima: "só perde pênalti quem bate." Não. É o goleiro que está ali para "DEFENDER".


O resultado, todos já sabemos: o Renato Gaúcho é um treinador muito competente, a equipe do Fluminense tem um ótimo goleiro e bons jogadores do meio de campo para frente, bons batedores de falta, com destaque para Thiago Neves.
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Mas o Destino quis que a letra fosse "D" e não "F".
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LDU Campeã da Libertadores de 2008.


AL-Braços
AL-©haer


pêésse.:

Olha como o Destino se revela...irônico: quando o Capitão da LDU recebeu o troféu, veio a tradicional chuva de papel (que é lançada por canhões), mas os organizadores tinham – também – preparado uma chuva de serpentinas...as serpentinas que caíram sobre os campeões só tinham três cores: verde, grená e branco...quem organizou esta chuva de serpentinas estava certo de que o Fluminense seria o Campeão...esqueceu-se, que do outro lado, estava o Destino, com as cores que só ele Decide...

2 comentários:

Anônimo disse...

Fala, Al-Chaer!
Nao consigo visualizar o "comente AL-qui" no post de hoje... será que deu pane? Será que é o meu micro, que se recusa a permitir que eu faça comentários completamente sem graça (ah, deve ser... vou tirá-lo da tomada, só de pirraça...).
Abraços,
Joao Luis Amaral

AL-Chaer disse...

João Luis,

sem graça é não aparecer o "co-mente ALqui"...

...também não entendi o que houve...

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AL-Braços
AL-Chaer