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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Antecedentes da Final da Sulamericana

Não vi a partida de ida da outra semi-final da Sulamericana, lá em Quito, em que a LDU abriu uma vantagem de 3 gols, permitindo que o Independiente descontasse para 3 a 2. Assisti à partida de volta, quando o Independiente venceu a LDU, lá em Avellaneda, por 2 a 1, conquistando o direito de ir à Final.

Comparando o estilo de jogo da equipe do Independiente com o do Goiás, à primeira vista o time argentino parece que "corre mais". E, se considerarmos o retrospecto das duas equipes em torneios internacionais, o Independiente tem uma experiência invejável. Só para citar um item no curriculum do Independiente: o Club Atlético Independiente É O MAIOR VENCEDOR DA COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA, com 7 títulos. Venceu todas as finais de Libertadores que participou.

Naveguei pelos periódicos argentinos, para sentir o teor das matérias esportivas (e os comentários dos leitores) na véspera de se iniciar esta decisão. O resumo do que li:

A viagem que o Independiente fez para chegar a Goiânia durou 11 (eu disse "onze") horas.

O treinador do Independiente, Mohamed "el Turco", deverá colocar seu time com uma formação tática com vários jogadores no meio de campo; ele espera "sair com vida do Serra Dourada"; "sair com vida" seria - segundo suas próprias palavras -  não perder por mais de um gol de diferença.

Nos textos, diz-se que o time do Independiente tem uma mística, que é triunfar nas decisões.

Lá eles chamam atenção para o rebaixamento do Goiás e a surpresa que foi a sequência do Goiás ao superar Grêmio, Peñarol, Avaí e Palmeiras.

Eles fizeram questão de colocar em destaque a discussão que ocorreu entre Rithely e Rafael Moura, num treino nesta semana, quando chegaram a partir para briga e foram impedidos pelos companheiros.

Até aí, nada de "exagero". A realidade é esta mesmo. Mas o mais interessante, vem dos comentários dos leitores. 

Tem até Gremista que comenta lá que está torcendo para o Independiente, incentivando-os, o que é natural, porque o Grêmio deve confirmar a quarta colocação no Brasileirão e a vaga para a Libertadores só se confirma se o Goiás não for o Campeão desta Sulamericana. 

Por falar nisto, lá no Campeonato Argentino, ocorre situação semelhante: se o Independiente se sagrar Campeão da Sulamericana de 2010, quem poderá "perder" a vaga para a Libertadores é o Racing Club, nada menos que o arqui-rival do Independiente. 

Por falar em rivalidade, teve um torcedor do Racing que entrou lá para falar que o Goiás vai fazer com o Independiente o que o Barcelona fez com o Real Madrid. (confesso que deste comentário eu gostei!)

Mas notei também um climinha de "já ganhou". Teve um torcedor do Independiente que disse que "a Final eles já ganharam" (que foi contra a LDU) e que agora só falta a "semi". 

Será que a diretoria do Goiás levou ao conhecimento dos jogadores a maneira com que os argentinos estão vendo esta Final, antes do início? Pois deveria. 

Concordo que o time do Independiente tem um retrospecto que impõe respeito, mas se olharmos a tabela de classificação do Campeonato Argentino, veremos que - neste ano de 2010 - o Independiente não tem tido um desempenho muito diferente daquele que o Goiás teve no Brasileirão. Lá o campeonato nacional também é disputado por 20 equipes. O Independiente ocupa a 18a colocação com aproveitamento de 27%. O Goiás  está em 19o. lugar com 29% de aproveitamento. Para refletir...

Na minha opinião, o Goiás tem que controlar a ansiedade dos momentos iniciais desta primeira partida desta decisão inédita. Isto é básico. Nada de correria atabalhoada. Nada de "rifar" a bola. Os lançamentos buscando o Rafael Moura (explorando sua boa estatura) devem ser feitos, mas que isto não seja um "bate-e-volta", que é tudo que o Independiente quer. 

O Independiente vai "esperar" o Goiás. Então, entendo que dois jogadores do Goiás serão fundamentais e devem entrar de titular: 

Carlos Alberto, na lateral direita, no lugar de Douglas, porque ele marca melhor que o Douglas e tem apresentado uma disposição física e uma disciplina tática que supera suas deficiências técnicas; Douglas tem uma característica de ala atacante (e não passa por um bom momento técnico, nem psicológico); um ala que sobe muito é tudo que o Independiente quer para empurrar seus contra-ataques no espaço vazio deixado pela subida do lateral.

Felipe é outro que tem que entrar de titular, por dois motivos: para se aproximar de Rafael Moura, permitindo jogadas de ataque mais eficientes (com trocas de passes) e para melhorar a posse de bola, na transição do meio de campo para o ataque; o Goiás precisará muito da tranquilidade, da experiência e da categoria do Felipe, que sabe colocar a bola no chão e sua habilidade e visão de jogo, ajudará muito para o Goiás chegar na meta adversária. 

Com relação ao "São" Harlei, este terá que redobrar sua atenção, especialmente no posicionamento à frente da meta. Harlei terá uma função importantíssima de orientar os três zagueiros, especialmente na cobertura dos alas.

E, por falar em alas, é imperativo que, quando um sair para o ataque, o outro deve guardar posicionamento do meio de campo para trás. Isto serve também para Marcão e Rafael Tolói. Ambos só devem subir juntos ao ataque, no caso de escanteios ou quando tivermos cobrança de falta com a bola a ser alçada para a área adversária. Nos demais lances, quando um sair para o ataque, o outro deve ficar na defesa. 

E caberá ao Amaral ser o "elemento surpresa", vindo de trás se apresentando como opção nas jogadas de ataque e brigando pela "segunda bola". 

Li que o técnico Artur Neto deve entrar com Douglas, cabendo a Carlos Alberto dividir com Amaral a responsabilidade das funções de volante. Felipe deve ficar como opção. Marcelo Costa deve ser o titular, o que seria repetir a formação que iniciou a partida de volta, pela semi-final, contra o Palmeiras. 

Mas o Goiás que venceu o Palmeiras tinha Felipe em campo e Douglas substituído. 

Vamos aguardar para ver. 

Eu não temo o time do Independiente. Eu só me preocupo com um possível descontrole emocional do lateral Douglas (especialmente no quesito "faltas"). E, quando o tal de Wellington Saci pega na bola, se ele toca para trás (que é a "jogada de segurança" que ele sabe fazer e a faz mal), até aí, tudo bem. Mas quando ele tem que marcar o adversário, ou quando ele troca passes para o ataque, dá vontade de tapar os olhos, para não ver a lambança. 

Será que o tal do Wellington Saci vai "calar a minha boca"? E será que vai ser nesta Final? 

Vai saber...é Futebol, né?  

AL-Braços
AL-Chaer

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