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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sem inventar

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O time do Goiás nem teve tempo para sequer descansar, depois da viagem ao Paraguai, para a partida de ida contra o Cerro Portenho. O jogo contra o Grêmio foi às 16h, numa tarde de Domingo com muito calor ALqui pelas bandas do Cerrado Goiano.

Era de se esperar que ambas as equipes sentiriam o calor intenso. Era de se esperar que o Grêmio ficaria esperando o Goiás. Era de se esperar que o Goiás não correria tanto. Era de se esperar que a partida seria morna. Quente pelo calor e morna dentro de campo.

Não dava para inventar. E Hélio dos Anjos não inventou. Iniciou com Felipe no banco. Manteve Fernando e Éverton como volantes, deixando os ótimos Ramalho e Amaral na reserva. Leandro Euzébio suspenso: entrou Valmir Lucas. A novidade foi Romerito no banco de reservas, depois de vários meses se recuperando de uma cirurgia. Realmente, o Goiás tem um “banco de luxo”: Felipe, Ramalho, Amaral, Romerito...e Rodrigo Calaça (goleiro que poucos viram jogar), eterno reserva do São Harlei, mas que é um ótimo goleiro e jogaria de titular em metade das equipes da Série A.

A rigor, no primeiro tempo, os destaques, pelo lado do Goiás, foram as atuações de Léo Lima, Fernandão e Júlio César. Léo Lima e Fernandão se entendendo bem no meio de campo e buscando bastante a opção de jogada do Júlio César, pela ala esquerda. Do lado do Grêmio, o destaque para o goleiro Vitor (que está sempre bem colocado, sai bem em bolas altas e é extremamente calmo; a cada jogo confirma seu lugarzinho na Seleção), destaque também para a movimentação de Souza, Jonas e Máxi López, que é um centro-avante difícil de marcar. Foi o que o calorão permitiu.

O Grêmio marcou logo no início: Jonas lançou Souza num buraco que se abriu na zaga do Goiás, Souza teve a tranquilidade para avançar, driblar o Harlei e tocar para o gol vazio.

A cada partida que passa, a ausência do Rafael Tolói (servindo à Seleção no Mundial Sub-20, no Egito) cada vez é mais sentida. Hoje, para agravar a situação, Leandro Euzébio ficou de fora (suspenso). Apesar de que – taticamente - nossos três zagueiros estão bem treinados, vê-se que a melhor formação é com Tolói, Leandro Euzébio e mais um. Antes eu achava que era o Tolói mais dois.

Depois do gol do Grêmio, o Goiás não partiu para cima. Não. A “ressaca” da viagem ao Paraguai e o calor não permitia muitos excessos. O que se viu foi a insistência pela jogada com Júlio César pela esquerda. Numa delas, deu certo, com Léo Lima vindo de trás e cabeceando pelo meio da defesa, de cima pra baixo (como recomendam os manuais de fundamentos básicos), com a bola tocando o gramado e indo para o fundo das redes, sem chances para o ótimo goleiro Vitor, do Grêmio e da Seleção.

Jogo empatado, os próprios jogadores – conscientes do calor e sabendo que teriam mais um tempo pela frente – se acomodaram. Até o árbitro concordou, pois terminou o primeiro tempo sem conceder acréscimos.

Veio o segundo tempo e, após 15 minutos, parecia que a partida terminaria empatada, com a vitória para o calor e para o desgaste das equipes. O Goiás, pelo fato de estar jogando em casa, teve mais posse de bola, mas pouco chutava a gol. Já dizia Meu Pai que posse de bola não “resolve”. O que “resolve” é chutar em gol. Dentro do gol. Meu Pai foi um sábio.

Então o Goiás passou a acionar mais o Vitor, pela direita. Mas o Vitor errava muito, especialmente os cruzamentos: a maioria descalibrados e, quando acertava, ficava fácil para o goleiro homônimo. Aconteceu uma situação curiosa, que merece o registro: parte da torcida começou a vaiar o Vitor, quando a bola ia para ele; imediatamente, parte da torcida o ovacionava, gritando seu nome. Eu fiquei do lado da torcida que vaiava, pois faz tempo que o Vitor não tem rendido o que rendeu nos anos anteriores.

Mas, infelizmente, o jogador que deveria estar no lugar do Vitor também está na Seleção Sub-20. É o Douglas. Titular da Seleção, juntamente com o Rafael Tolói. Ou seja, parte da torcida (incluindo a mim) temos que ter um pouco mais de paciência, pois ou é o Vitor, ou é o Vitor na ala direita. Já pensou se o Hélio dos Anjos coloca o Zé Carlos? Nem tanto, né?

Eis que o Hélio dos Anjos resolve fazer uma substituição. Mais uma vez, Hélio dos Anjos não inventou. Se era para colocar o Felipe, então quem tinha que sair era o Fernandão. BINGO! Felipe entrou movimentando bastante e, na primeira bola que sobrou para ele, na entrada da área, um chute forte e rasteiro, sem chances de defesa para o ótimo goleiro Vitor.

Depois, Hélio dos Anjos tirou o incansável (que o calor cansou um pouco) Léo Lima e promoveu o retorno do Romerito. Mesmo fora de ritmo, a experiência de Romerito contribuiu para que o Goiás cadenciasse as jogadas, esperando o tempo passar. E a terceira substituição tinha que ser mesmo a saída de Vitor, para a entrada de Amaral.

Se não foi uma partida brilhante, o importante é que foi mais uma vitória. E, para as pretensões do Goiás, há que se vencer os jogos dentro do Serra Dourada.

Domingo que vem tem o Botafogo, aqui no Serra Dourada. Não é possível que o Goiás vai inventar em não vencer o Botafogo.

AL-Braço
AL-©haer

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