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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Biorritmos – parte I

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Desde a primeira vez que ouvi falar sobre Biorritmo, passei a observar – empiricamente - que a teoria tem uma certa lógica. Na época, ainda não tínhamos Internet, nem Brasileirão por pontos corridos. Hoje, temos os dois.
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Da Internet, com paciência, pode-se ler muito sobre Biorritmos. Fiz uma busca rápida no gúGOL, para melhorar a introdução do tema:
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Os primeiros estudos sobre ritmos (rhythmos) ou cilcos de vida (bios) datam do Século XIX (Berlim, 1890) e são creditados ao Doutor Whilhelm Fliess. Segundo as conclusões do Dr. Fliess, pode-se medir três fundamentais ciclos do gênero humano: o ciclo físico, o ciclo emocional e o ciclo intelectual.
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A grande contribuição do Dr. Fliess foram dois Teoremas sobre os biorritmos:

1. A Natureza concede ao Homem os chamados “relógios internos”, que medem o “tempo” em “ciclos” ao longo de toda a vida.

2. Um destes “relógios” em ciclos de 23 dias influencia a parte física; outro, em um ciclo maior de 28 dias, está relacionado à parte emocional.

A introdução técnico-histórico-científica para por aí.
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Demos agora um salto de 1890 até 2009 e vamos falar sobre o atual Brasileirão por pontos corridos. Por motivos passionais e doentios, vou tentar explicar a Campanha do Meu Goiás através da teoria dos Biorritmos.
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Tendo como base de dados os 23 jogos já realizados, distrbuiremos em cada “ciclo” os resultados do Goiás em Vitórias-Empates-Derrotas.

- CICLO FÍSICO (a cada 23 dias)

10/05 – 01/06: 1V-2E-1D
01/06 – 24/06: 0V-3E-0D
24/06 – 17/07: 2V-0E-2D
17/07 – 09/08: 6V-0E-0D
09/08 – 01/09: 2V-0E-3D
01/09 – HOJE : 0V-1E-0D

Descartando o último ciclo físico (ainda incompleto, pois apenas tivemos uma partida), pode-se concluir que:

. a curva das vitórias passou pelo ponto de máximo naquele período em que tivemos uma sequência de jogos nos meios e finais de semana;
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. a curva das vitórias está com inclinação na descendente;
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. o EMPATE é o resultado que ocorreu em menor número;
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. por se tratar de uma distribuição “gaussiana” e, considerando que, quando o Goiás não vence, a probabilidade de uma derrota é maior que um empate, era de se esperar que, juntamente com a atual descendente de vitórias, está ocorrendo uma ascendente de derrotas.

Considerando o aspecto físico (que é a particularidade deste ciclo), conclui-se, claramente, que o time do Goiás correu muito para conseguir aquelas 6 vitórias seguidas (no quarto ciclo físico) e que, agora, começa a apresentar sinais (e resultados) do cansaço. Os jogadores do Goiás já não conseguem “chegar junto” em todas as bolas. Prova disto é que o número de faltas que a equipe do Goiás comete tem diminuído a cada partida. Também tem diminuído a quantidade de bolas roubadas. Ou seja, no último ciclo físico (válido) das séries acima mencionadas, os adversários têm conseguido mais posse de bola e, consequentemente, foi o período em que o Goiás mais derrotas sofreu.
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Apesar de que a última partida (no Serra Dourada, contra o Coritiba) está em um ciclo ainda incompleto, notamos que o time do Goiás esteve muito lento em campo. Normalmente, os jogos do Goiás, aos Domingos, têm sido marcados para as 18h30min. Este contra o Coritiba foi às 16h00. Muito sol e muito calor. Era esperado que os paranaenses sentissem mais o clima. Mas, quem esteve em “câmera lenta” foi o Goiás. O time do Coritiba correu mais, principalmente da metade do segundo tempo para o final. Ou seja, quem “morreu” em campo fomos nós. E o empate acabou sendo um resultado que o Coritiba buscou e mereceu. Apesar da lambança dupla de Amaral e Harlei na grande área, o atacante Ariel marcou um golaço. Era o empate em 2 a 2.
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Há, portanto um alerta e uma confirmação. O alerta é que a equipe do Goiás tem que redobrar os cuidados com a preparação física para tentar retomar o estágio atingido entre 17/07 e 09/08. O que não parece uma tarefa fácil. A confirmação é que, sem o Rafael Tolói em campo, nossos 3 zagueiros não têm a mesma eficiência. Como eu já disse aqui antes, nossos zagueiros são o Tolói + qualquer outros dois.
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Passemos a analisar outro ciclo.

- CICLO EMOCIONAL (a cada 28 dias)

10/05 – 06/06: 1V-2E-1D
06/06 – 04/07: 1V-3E-0D
04/07 – 01/08: 5V-0E-2D
01/08 – 29/08: 4V-0E-2D
29/08 – HOJE : 0V-1E-1D

Da mesma forma, descartando o último ciclo emocional (ainda incompleto, pois apenas tivemos duas partidas), pode-se concluir que:

. analisando a distribuição dos resultados (Vitórias, Empates, Derrotas), emocionalmente falando (não estou considerando a pontuação obtida), nos dois primeiros ciclos desta série, a equipe do Goiás esteve mais equilibrada;
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. analisando esta mesma distribuição nos dois últimos ciclos (válidos), apesar que foram nestes ciclos que o Goiás conseguiu maior número de pontos, emocionalmente há um viés de desequilíbrio.

Caríssima Leitorcedora. Caríssimo Leitorcedor. Vocês devem estar pensando que a análise deveria ser o contrário. Mas não. Estatisticamente falando e, considerando o aspecto emocional, a linha de pensamento deve ser aquela que escrevi acima.
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Explico.
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Em 2007, quase rebaixamos para a Série B. No ano passado, fizemos uma campanha irregular. Neste ano, depois de uma decisão de um campeonato Goiano, em que o Goiás teve dificuldades para vencer o Atlético Goianiense, o que se esperava do Goiás era realizar uma campanha neste Brasileirão que não tivesse o sofrimento de 2007, nem a irregularidade de 2008. Mas ninguém (eu disse N-I-N-G-U-É-M) sequer apostava no Goiás disputando vaga para a Libertadores.
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Começou o Brasileirão e o Goiás demorou 57 dias (9 rodadas) para vencer a primeira partida no Serra Dourada, contra um Cruzeiro com time misto, por um magro 1 a 0 (gol de Felipe, de falta, contando com a falha do goleiro). Paradoxalmente, neste mesmo período, o Goiás ainda não tinha sido derrotado fora de casa, obtendo duas boas vitórias contra um também Coritiba misto e um desorganizado Botafogo.
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Se o Goiás não empolgava, também não beirava a zona de rebaixamento e, tudo indicava que passaríamos o campeonato naquela região N.E.M. (nem no rebaixamento, nem na sulamericana).
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Eis que entra em campo o “emocional silencioso” do fator Hélio dos Anjos. Hélio dos Anjos não abriu mão do esquema tático 3-6-1 (com variações para 3-5-2) e o Goiás disparou a vencer, com uma estratégia sólida de jogar “fechadinho” e, nos contra-ataques, “soltar a onda verde”.
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O resultado disto o Brasil inteiro ficou sabendo: o Goiás foi a sensação do Primeiro Turno. Mais do que o Avaí, pois o Goiás, por duas rodadas, teve chances de chegar ao topo da tabela, mas não conseguiu.
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Se antes, ninguém falava nem em G4, quando “acordamos”, estávamos de frente a uma possibilidade de brigar pelo Título. Para o Hélio dos Anjos é mais fácil dizer que “Podemos Sonhar”. O Hélio dos Anjos deu equilíbrio tático à equipe. Mas, o que é necessário é o equilíbrio emocional, que deve vir de quem está em campo, os jogadores.
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O que se nota é que os jogadores do Goiás não estavam preparados emocionalmente nem para o G4, muito menos para decidirem o Título. Pelo menos até o momento.
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Foi só chegarmos na segunda colocação, com possibilidade de atingir até a primeira posição, que o time começou a “desandar”.
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Finalizando, vamos concluir, juntando as análises do CICLO FÍSICO e do CICLO EMOCIONAL.
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A equipe do Goiás não pode ficar se cobrando pela conquista deste título. O que se cobrava era uma boa campanha, sem sustos. Até o momento, a campanha é excelente, acima das expectativas.
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O Goiás deve se preocupar em reencontrar o equilíbrio físico, para voltar a ter a eficiência daquele período em que venceu 6 partidas seguidas.
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Taticamente falando, não se pode mexer na estrutura da equipe. O que tem garantido o equilíbrio emocional do time do Goiás é a manutenção da disciplina do esquema 3-6-1, com raras variações para 3-5-2. É por isto que disse em crônica anterior que, para o Fernandão entrar, quem deve sair é o Felipe, para não desorganizar o esquema.
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Se o Goiás não tinha maiores pretensões no início do campeonato, agora que deixaram a gente “gostar do G4”, passamos a ter o objetivo de voltar a participar da Libertadores. Agora sim, há o que esperar. Mas sem atropelos.
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Por enquanto, não quero pensar em título. Precisamos recuperar as “pernas” e, consequentemente, a “inteligência tático-emocional”.
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O que não vai ser fácil, principalmente a parte física, que é mais exigida no segundo turno, pois a maioria das partidas está decidindo posições lá em cima e lá em baixo da tabela.
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No próximo pôsti (a Parte II), vou fazer as projeções (segundo a teoria dos Biorritmos) para os resultados do Goiás nos ciclos que estão por vir.

AL-Braço
AL-©haer

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