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sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Realidade do Meu Goiás




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É preciso aceitar a realidade. O atual time do Goiás é limitado. E as limitações são de toda ordem, a saber:


1.  Diretoria x Conselho

Há um racha entre os conselheiros do Conselho Deliberativo do Goiás. Há um desentendimento entre o atual Presidente do Conselho Deliberativo e a atual Diretoria. Recentemente, aprovou-se a criação da figura do Super-Diretor e, a partir daí, o Presidente já não tem os mesmos poderes de antes. Agora tudo que o Presidente for fazer, tem que ter a “aprovação” deste Super-Diretor. Esta situação eclodiu, quando o atual Presidente decidiu por contratar o atual técnico Leão, o que era uma aspiração antiga do Goiás. Leão já tinha sido sondado várias vezes, em momentos anteriores, sem que fosse concretizada a sua contratação. Só que o atual Presidente “resolveu” bancar a vinda do Leão, conseguindo finalmente! Era para ser comemorada esta contratação, mas parece que o que gerou foi uma “ciumeira” sem tamanho. A “leitura” que eu faço é de que há dentro da alta cúpula do Goiás gente que tem ciúmes da atual Diretoria. Parece que há até uma “torcida” para que a atual Diretoria não tenha nenhum êxito. A “ciumeira” é tamanha, que imagino que tem gente “lá em cima” torcendo para o Goiás se rebaixar. Torcendo e “trabalhando contra”. Esta “turma” já conseguiu dois intentos: o Goiás nem chegou à decisão do Goianão e foi eliminado da Copa do Brasil. Este cenário mostra que uma das “limitações” do Goiás é a maneira como se administra o time. E, desta maneira, vê-se que não dá para esperar muito mesmo do Goiás.


2.  Reestruturação da equipe

Pode-se discutir a capacidade e o temperamento do técnico Leão, mas não podemos contestar o trabalho que ora se inicia. O que o técnico Leão se dispôs a fazer não é fácil e não se obtém resultados de imediato, que é a reestruturação de uma equipe. Reestruturar uma equipe é diferente de trazer alguns reforços para compor o elenco. Reestruturar é, praticamente, começar do zero. Reestruturar é experimentar jogadores e esquemas ao mesmo tempo. Então, só nos resta ter paciência. Isto mesmo. Já foram quatro rodadas do Brasileirão, em que nem o esquema tático se repetiu, nem os jogadores que entraram de titular. E é assim mesmo. Enquanto não chegarmos ao ponto de falar de cor e salteado a escalação do Goiás, não teremos uma definição do potencial e possibilidades da equipe. Infelizmente isto está sendo feito durante a mais importante competição do Futebol Brasileiro. As pressões são muito grandes. O rebaixamento para a Série B é a pior coisa que pode acontecer a um time que está na Série A do Brasileirão. Para se ter uma idéia, livrar-se do rebaixamento só perde em satisfação para quem conquista o título. E, por falar em pressão, o que pesa – muito! – é o equilíbrio emocional do “atleta”. A maioria não consegue jogar sob pressão e isto acontece tanto com jogadores jovens, quanto com jogadores experientes. Então, nesta fase de reestruturação, além da busca pela melhor formação técnica e tática (o que demanda tempo), há de se buscar aqueles que estão melhores preparados psicologicamente. A falta de controle emocional de alguns atletas, aliada a uma mediana qualidade técnica, só contribui para a situação piorar. Este é outro fator limitante, na atual equipe do Goiás.


3.  Condição financeira

A maioria dos clubes devem. Até o Real Madrid deve (e não é pouco não!). Com o Goiás não acontece diferente. Se não me engano, parece que a cota atual da TV já foi adiantada no ano passado. O Goiás já não figura nos grupos que recebem as maiores partilhas de direito de arena e já gastou antecipado. Não há dinheiro em caixa para realizar contratações de jogadores acima da média. Também não há tantos jogadores com estas características disponíveis no mercado. E o mercado do futebol é infestado de atravessadores, o que onera bastante os custos de transferência de jogadores. Ou seja, a limitação financeira é outro fator que enfraquece o Goiás com relação à recuperação.


4.  O elenco

Não há porque ficarmos nos enganando. O atual elenco do Goiás carece de jogadores em todos os setores: defesa, meio de campo e ataque. No geral, os atuais jogadores do Goiás estão jogando um futebol mediano, com algum destaque para um ou outro com mais habilidade e mais disposição. O zagueiro Rafael Tolói é um dos destaques. Os novatos Jonílson (volante) e Bernardo (meia) têm qualidade técnica e muita disposição. O goleiro Rodrigo Calaça é um bom goleiro. E o experiente Romerito ainda tem muito a contribuir. O restante, está muito mal. Dá a impressão que alguns jogadores estão “de sacanagem”, pelos repetidos erros primários, especialmente no fundamento passe. Alguns, tentam resolver na individualidade, sem resultado produtivo para o grupo. Se olharmos para o banco de reservas, vemos que as opções têm pouca capacidade de mudar o panorama da equipe. A verdade é que o time é fraco.


Escrever mais agora, seria autocomiseração.


E será. Caríssima Leitorcedora, Caríssimo Leitorcedor esmeraldinos e “doentes” como eu. Vamos pensar positivo: temos pela frente 34 rodadas, sendo 18 partidas no Serra Dourada. Vai ser sofrido, mas com fé e sorte (muita e muita), dá para sonhar em se livrar do rebaixamento.

Qualquer resultado além disto, será surpresa e virará festa.


AL-Braço
AL-©haer

Um comentário:

xMao_Elphiates disse...

É sem dúvida uma situação nada agradável (eufemismo). Mas vejamos exemplos como o Santo André, que jogou muito no estadual, e o próprio Atlético Goianiense, que impressionou e está impressionando. Talvez estes times vivam maiores restrições do que o nosso Goiás. Resta a esperança na união e vontade dos jogadores. É muito triste ler a respeito da diretoria, tanto o que você escreveu quanto em outros blogs, isto sim é difícil de acreditar que mude. O resto acho que tem jeito, ou tenho esperança que tenha. Acredito que o Felipe também pode ajudar muito o Goiás, além dos que você citou. É duro estar longe, não poder acompanhar de perto e ver o time nesta atual fase, ainda bem que blogs como o seu prestam este belo serviço a nação esmeraldina, e nos aproxima de nossa paixão. Eu sou Goiás até o peito me doer, porém, se possível, passa de mim este cálice.