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domingo, 16 de maio de 2010

Continuamos mal

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Hoje foi a vez de perder para o Inter de Porto Alegre, jogando pela primeira vez no Serra Dourada, neste Brasileirão. O Goiás fez 2 a 0 no primeiro tempo e confirmou-se a mística deste resultado “perigoso”, quando se vai para o intervalo com esta vantagem. No segundo tempo, o Internacional virou para 3 a 2 e venceu.

Enquanto o Inter veio com seu time reserva (com exceção do goleiro Lauro), o Goiás entrou com algumas modificações, com relação à equipe que perdeu na estréia para o Guarani, lá em Campinas. A principal modificação foi no esquema tático: o técnico Leão abandonou o esquema 4-4-2 e colocou seu time para jogar no 3-5-2. No tocante às substituições, Leão sacou Douglas e Jadilson, colocou Marcão para formar a zaga com Rafael Tolói e Augusto e até Fábio Bahia teve novamente uma oportunidade de entrar de titular. A surpresa ficou por conta da escalação do recém chegado Fábio, goleiro contratado junto à Portuguesa, no lugar do Calaça.

Infelizmente, todas as modificações feitas foram insuficientes para vencer o bom time reserva do Inter, com uma preparação física excelente. Há, nitidamente, uma falha na preparação física do time do Goiás. A equipe do Goiás andou no segundo tempo e não conseguiu acompanhar a correria do time do Inter. Só conseguia parar o adversário com faltas. Em duas delas, dentro da área, dois pênaltis, convertidos.

Para um esquema 3-5-2 ser competitivo, há algumas premissas.

A primeira delas é que os três zagueiros têm que adivinhar o pensamento um do outro e cada um “cuidar” do posicionamento um do outro. Infelizmente, o técnico Leão ainda não teve tempo de treinar este posicionamento. A tentativa era que os espaços na zaga fossem encurtados, para evitar o “buraco” que se abria na partida contra o Guarani, por onde eles marcaram o gol da vitória. Mas, pelo que vimos, nada disto funcionou.

Outra característica do esquema 3-5-2 é a importância dos alas, que devem se apresentar como opção de ataque, ajudar o meio de campo e voltar para defender as investidas do adversário pelas pontas. Isto requer uma excelente preparação física. Na partida de hoje, jogaram de ala Wendell Santos, pela direita e Wellington Saci, pela esquerda. Wendell Santos não comprometeu, mas também não trouxe nada além do que Douglas estava fazendo. Já Wellington Saci é um jogador de um só tempo: está mal fisicamente; morreu no segundo tempo. Ou seja, com o Wellington Saci pela esquerda, o esquema 3-5-2 ficou – literalmente – com uma perna só. A outra, a do Wendell Santos, que pouco produziu.

A terceira característica de um esquema 3-5-2 eficiente é a presença de dois atacantes que se movimentam bastante, para abrir espaços para os companheiros do meio de campo e os alas. Na partida de hoje, tivemos Daniel “Lovinho” e Rafael Moura lá na frente. Até que Daniel se movimentou bastante no primeiro tempo, mas falhou na assistência. Rafael Moura esteve muito isolado, recebendo poucas bolas durante a partida, ou não se colocando bem para recebê-las. Ou seja, nossos dois atacantes foram inoperantes, nesta partida.

A quarta exigência de um esquema 3-5-2 é a presença de dois volantes, um mais recuado e outro mais avançado, juntamente com um meia (o 10), que deve ser o líder da equipe. Os nossos volantes foram Fábio Bahia e Amaral. Jogaram de forma errada. Ambos subiam juntos e voltavam juntos. Ou seja, correram demais sem a bola. Resultado: cansaram e abriam espaços para o time adversário. O nosso “10” foi o Everton Santos. Marcou um belo gol, diga-se, mas está longe de ser um líder.

Resumindo: não temos um elenco para jogar no esquema 3-5-2 e, talvez, nem em qualquer outro esquema tático.

Durante a partida, o técnico Leão fez duas substituições, já no segundo tempo. Entraram Dayvid Sacconni e Romerito substituindo Wellington Saci e Daniel “Lovinho”. Foram acertadas as retiradas de Wellington Saci e Daniel. Contudo, os que entraram não modificaram o panorama de uma equipe que, se ainda não perdia no marcador, já estava perdida em campo.

A situação do Goiás está tão delicada, que o técnico Leão não “achou” um terceiro jogador para fazer a última substituição.

E, para piorar, lá no Inter tem um tal de Walter que só faltou fazer chover no centro oeste no mês de maio. Marcou dois gols. Um deles: um golaço, chutando de fora da área, forte e no ângulo. O grandão Fábio até que se esticou todo, mas não deu.

É verdade que o técnico Leão chegou ainda há pouco. Aos poucos ele vai conhecendo o elenco do Goiás. Imagino que ele está tendo uma péssima impressão. E, pela entrevista coletiva após a partida, dá a sensação de que o técnico Leão está triste com o que vê. E, parece que ele não é de muita paciência não.

Segundo suas próprias palavras: “a realidade do Goiás é fraca”.

Continuamos mal. E descendo.


AL-Braço
AL-©haer 

2 comentários:

Fábio Moreira de Almeida disse...

Não é só o técnico Leão que está triste com o que vê não. Agora nos resta a esperança de o Leão dar um jeito no time. Caso contrário será demitido e nós possívelmente rebaixados. TRISTE!

Cristiano de Siqueira Pires disse...

De novo o velho problema de falta de planejamento! Essa diretoria só erra! É hora de renovação na diretoria! Não dá mais pra continuar assim! Volta Raimundo Queiroz!