(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

( poesia visual / "Copa do Mundo" / Série "Futebol em Movimento" )

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma derrota anunciada

.
A derrota de ontem do Goiás para o Botafogo não deve apenas ser analisada pelo jogo em si. Não. A derrota para o Botafogo começou no jogo de ida das oitavas da Sulamericana, lá no Paraguai, contra o Cerro Portenho.

A estratégia de poupar jogadores na partida de ida contra o Cerro foi acertada. Mas a equipe jogou muito mal. Perdeu de 2 a 0 (no segundo gol, o atacante cabeceou sem marcação). Viagem. Jogo na quinta-feira. Volta nas vésperas do confronto contra o Grêmio.

Veio a partida contra o Grêmio, aqui no Serra Dourada. O Goiás, mesmo não jogando um futebol brilhante, venceu. De virada. Apesar de que se a partida terminasse empatada, não teria sido um resultado injusto, pelo que Grêmio e Goiás produziram, debaixo de um calorão de 35 graus às 16 horas.

Na quinta-feira passada, o Goiás fez a partida de volta contra o Cerro Portenho, aqui no Serra Dourada. A Diretoria baixou o preço dos ingressos pela metade. A torcida compareceu. Hélio dos Anjos resolve – então – colocar em campo o “quadrado mágico”: Léo Lima, Fernandão, Iarley e Felipe. Estava clara a intenção de reverter a vantagem do Cerro Portenho.

O primeiro gol do Goiás demorou a sair: Felipe, no final do primeiro tempo. Eis que Éverton é expulso. O que fez o Hélio dos Anjos? Liberou as subidas do zagueiro João Paulo e a defesa passou a jogar com dois, apenas. João Paulo passou a fazer a função de Éverton, como volante, mas com características mais ofensivas, ocupando a região direita do ataque do Goiás. Surtiu efeito, pois era mais um fazendo pressão sobre a equipe Paraguaia. Mas, a zaga estava apenas com dois. E, com apenas dois, a zaga do Goiás fica perdida. Aos 23 min do segundo tempo, o Goiás, mesmo com um jogador a menos, já tinha perdido algumas chances de gol. Numa boa jogada pela direita, o jogador do Cerro cruza para o meio da área, onde nossa defesa estava mal colocada. Resultado: o atacante do Cerro entra livre na área e bate de primeira para empatar. Quase tinha empatado em jogada anterior.

A partir daí, nós vimos a fragilidade do time do Cerro Portenho que, mesmo com um jogador a mais, recuou, permitindo a pressão do Goiás. Foi bonito. Foi. A torcida foi junto com o time. O time foi junto com a torcida. Todo mundo esqueceu que o campo estava pesado e o Goiás marcou mais dois gols, tendo tempo de marcar o quarto, que daria a classificação ao Goiás. A nossa defesa ainda passaria mais um susto na gente. Num dos poucos ataques do Cerro, no segundo tempo, o jogador entrou sozinho, frente a frente do Harlei, teve tempo de escolher como bater, bateu por cima, com a bola carimbando o travessão.

Faltou um golziho. O time lutou. A torcida aplaudiu. E o saldo foi a frustrante desclassificação com uma bela vitória, o cansaço e uma contusão do Fernandão.

Chegamos, então, para enfrentar o Botafogo, aqui no Serra. Olhando apenas a posição de cada time na tabela de classificação, parecia que a vitória do Goiás seria uma questão de tempo. Passamos o primeiro tempo, sem conseguir marcar um golzinho sequer. E, para complicar, João Paulo foi expulso (justamente), ao final do primeiro tempo.

Mas o detalhe desta partida foi o seguinte: do lado de lá não estava o Cerro Portenho. Era o Botafogo, que precisava ganhar para melhorar sua posição, mesmo que ainda ficasse na zona do rebaixamento. Do nosso lado, Hélio dos Anjos achou que daria para virar a partida, mantendo apenas dois zagueiros.

Então, o Botafogo venceu a partida por três motivos:

1. Estevam Soares colocou fôlego novo com um atacante no buraco deixado pelo João Paulo;
.
2. Hélio dos Anjos ainda não se deu conta da “maldição dos dois zagueiros”;
.
3. O time do Goiás – cansado – não conseguiu reproduzir contra o Botafogo a pressão que tinha feito sobre o Cerro Portenho, no segundo tempo.

Não estou me agarrando no “SE”. Mas, vamos lá”: “SE” o Hélio dos Anjos tivesse recomposto a nossa zaga com um terceiro zagueiro, tirando um atacante, não teríamos levado três gols, da maneira como foram estes gols.

Sem dúvida, nesta partida, o técnico do Botafogo – Estevam Soares – viu o que o Hélio dos Anjos não viu. Que o Goiás não “sabe” jogar com dois zagueiros. E o Botafogo só não marcou o quarto gol, porque o São Harlei defendeu um pênalti.

A derrota para o Botafogo estava anunciada, pelo desgaste físico do Goiás. Isto todos nós já sabíamos, que o Goiás sentiria o cansaço.

Mas, durante a partida, na modificação que o Estevam Soares fez, colocando o atacante Jobson (no lugar do apagado Reinaldo) para jogar nos espaços vazios deixados pela expulsão do João Paulo e, com o Júlio César tendo que pegar o ônibus para voltar das subidas ao ataque, o técnico do Botafogo anunciou que venceria a partida por ali.

Estevam Soares anunciou. Mas o Hélio dos Anjos, preocupado com a arbitragem, não leu estes “classificados” que estavam estampados ali na sua frente.

Não há o que inventar: o esquema vitorioso do Goiás começa com 3. Três zagueiros. Com dois zagueiros é derrota anunciada.

AL-Braço
AL-©haer

pêésse: para não bastar, o meu amigo Prof. Gerson Arantes, esmeraldino, na quinta-feira passada já anunciava a síndrome “pfizeriana”. O Goiás é o “Viagra Verde”: useiro e vezeiro em ressuscitar o morto lá em baixo. O Botafogo foi o defunto da vez.

Nenhum comentário: