(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

( poesia visual / "Copa do Mundo" / Série "Futebol em Movimento" )

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Como esperado: vai ser um sofrimento só

Antes da parada para a Copa, as três vitórias seguidas de Meu Goiás, o que o levou para a sétima posição na tabela de classificação do Brasileirão, destoaram do que realmente é o potencial do Goiás na competição. Infelizmente, caríssima leitorcedora esmeraldina, caríssimo leitorcedor esmeraldino, com este elenco – limitadíssimo – o nosso time, neste ano, parece que vai disputar uma “classificação” para a Série A, ou – em outras palavras – viemos para disputar a fuga do rebaixamento. Torço para que – ao final do campeonato – fiquemos na zona NEM: nem rebaixado, nem classificado para nenhuma competição internacional.

Na partida de ontem, contra o Atlético-PR aqui no Serra Dourada, pude observar que – e eu estava calmo, extremamente calmo, como que se os Deuses do Futebol estivessem estendendo as mãos sobre o meu cérebro, para que eu pudesse ver bem, sem me contaminar pela minha parte torcedor – realmente falta qualidade técnica em todos os setores do time do Goiás. E, taticamente falando, o esquema 4-4-2 não está funcionando bem.

Fiquei sabendo que o esquema 3-5-2 está em extinção e que somente aqui no Brasil, alguns técnicos ainda insistem em utilizá-lo. Contudo, para as equipes que estão abaixo da média, o miolo de zaga com dois zagueiros (do esquema 4-4-2) fica muito vulnerável, deixando espaços vazios, dificultando o esquema defensivo. É o que está acontecendo com o Goiás. Rafael Tolói e Ernando estão muito sobrecarregados lá atrás e, estes dois zagueiros que sempre tinham ótimas participações, já começam a falhar e “bater cabeça”. É bem verdade que o volante Jonílson é o que mais guarda posição, mantendo-se mais à frente dos zagueiros e subindo menos ao ataque, mas, quando o adversário ataca, Jonílson parece estar perdido entre ficar esperando a segunda bola (quando rebatida pala nossa defesa) ou se infiltrar entre Rafael Tolói e Ernando, para fechar os espaços.

Estava no Caribe, quando fiquei sabendo que o Goiás estava jogando com um novo lateral direito, Carlos Alberto. Na hora, imaginei que Douglas estava na lateral esquerda, no lugar o Wellington Saci, esta “piada de uma perna só”. Não. Douglas estava no banco e Wellington Saci era o titular na lateral esquerda. Na partida de ontem, vimos que a entrada de Douglas na lateral direita, com o deslocamento de Carlos Alberto para a lateral esquerda melhorou as duas alas ao mesmo tempo. Douglas é bem melhor que Carlos Alberto. Carlos Alberto não é lá “essas coisas”, mas “qualquer coisa” é melhor que um Wellington Saci.

Um esquema 4-4-2 só é equilibrado se os 4 do meio forem dois volantes de ofício e dois meias rápidos e habilidosos. Esses 4 do meio do Goiás são três volantes (Jonílson, Amaral, Wellington Monteiro) e um meia (Bernardo). Jonílson atende bem ao quesito de volante, que protege a defesa. Benardo é rápido, habilidoso, bate bem na bola. Mas Amaral e Wellington Monteiro estão totalmente desincronizados. Fica parecendo que o Goiás está jogando com um jogador a menos. Parece que está faltando um jogador tanto na defesa, quanto no ataque e há de se treinar melhor o posicionamento de Amaral e Wellington Monteiro.

Os 2 lá da frente (Ewerton Santos e Rafael Moura) só perdem em “ruindade” para o deficiente Wellington Saci. Precisamos urgente trocar estes atacantes(?). Cadê o Felipe que não volta?! E o tal de Pedrão, quando estréia?

Nos jogos, a opção do técnico Leão tem sido entrar com o Romerito no segundo tempo. Prefiro colocar o Romerito de titular e deixá-lo até ele se cansar. Romerito é mais combativo e, se tiver um lateral esquerdo bem treinado, pela esquerda pode-se construir boas jogadas de ataque, naqueles “um-dois” que Romerito sabe fazer muito bem. Mas, onde está este lateral esquerdo? O Carlos Alberto não entendeu bem o que Romerito estava querendo fazer, mas, treinando, quem sabe dá certo? O jeito é insistir com esse Carlos Alberto pela esquerda.

Por que o Goiás joga melhor fora de casa do que no Serra Dourada? Simples: porque fora de casa o Goiás tem mais espaços nas defesas dos adversários, que partem para vencer a partida. Já no Serra Dourada, mesmo com mais posse de bola e atacando mais, fica exposta a nossa grande deficiência que é o setor ofensivo e o fato de termos três volantes deixa a equipe com menor capacidade de criação, com a bola nos pés. É um tal de “toquinho de lado” que não surte nenhum efeito.

Não tem outra saída. O Goiás precisa voltar ao jurássico esquema 3-5-2. Colocar mais um zagueiro no lugar do Wellington Monteiro, jogando junto com Tolói e Ernando. Manter Jonílson e Amaral ajudando a defesa (quando um subir, o outro fica). Douglas na direita, com liberdade para atacar (mas voltando correndo para a defesa; é jovem; tem fôlego para isto). Carlos Alberto na esquerda, mais recuado. Bernardo entra de titular e o ataque com Romerito caindo do meio para a esquerda com Felipe lá na frente.

E, finalmente, vimos que foi péssimo para a carreira do Rodrigo Calaça ter ficado 10 anos na reserva do Harlei. Rodrigo Calaça até que faz boas defesas, mas ficou muitos anos sem tocar a bola com os pés e está sendo um desastre neste fundamento. Goleiro também tem que saber jogar com os pés.

O “São” Harlei ainda é o melhor goleiro do Goiás. Recuperado da cirurgia, merece voltar ao gol.

Vai ser um sofrimento só, para nós – esmeraldinos – este Brasileirão de 2010. Pelo menos é o que está prometendo este time do Goiás.


AL-Braço
AL-©haer

Nenhum comentário: