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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ainda um restinho de Copa antes de voltarmos ao Brasileirão

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Não assisti à decisão do 3º. Lugar, porque no horário estava dentro de um vôo para o Caribe e não era WiFi Zone. Depois, li que foi um jogão, ao contrário do que habitualmente é um jogo morno entre duas equipes que “quase” chegaram à Final. Duas viradas, a primeira do Uruguai e a última e definitiva, da Alemanha. Se virada de placar foi coisa rara nesta Copa de 2010, duas viradas no mesmo jogo foi mesmo um acontecimento.

A final, como já mostrei em algumas fotos no “pôsti” abaixo, eu assisti o primeiro tempo em um bar no Hotel. O segundo tempo, num salão ao lado. Estava em Curaçao (Antilhas Holandesas). A minha vontade era assistir à Final da Copa em Amsterdã. A Gláucia queria ir para um lugar de praia. Ficamos, harmoniosamente (E o Amor é Lindo!) no meio termo: Curação, no Mar do Caribe, que faz parte da Holanda. Três dias depois, já estávamos em Aruba (que também foi colonizada por holandeses, mas é independente); Aruba é uma Cancun mais organizada, sem aquela muvuca toda; uma mini-Miami, bem charmosa.

A gente fica pensando que só nós – brasileiros – somos apaixonados por futebol. Somos. E muito. O Brasil para para (atenção! a palavra não está digitada duas vezes não! é culpa do novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa!) ver a Seleção e se colore de verde e amarelo. Os holandeses também são fanáticos por futebol e se vestem de laranja, o que é mais fácil, pois basta uma cor. Os árabes também são loucos por futebol. Os africanos, também. Os japoneses estão “começando a gostar do jogo” e os norteamericanos também. Ingleses, espanhóis, alemães, italianos...aliás, o Mundo é louco por Futebol. E é por isto que a Copa do Mundo é o espetáculo esportivo mais assistido em todo o Mundo. Mais que as olimpíadas.

O interessante é que os holandeses vêem futebol pela TV diferente de nós, brasileiros. Enquanto nós vibramos em tempo real, os holandeses esperam o “replay” para se manifestarem. Por exemplo, no primeiro tempo, em uma jogada que a Holanda perdeu o gol (ou foi defendido pelo Casillas), somente depois, no “replay” é que eles – em coro – gritavam “uuuuuuuuh”. Outra coisa, eles não ficam comentando as jogadas entre eles não. Ficam calados, acompanhado o jogo. Parece que eles não conseguem ver e comentar ao mesmo tempo. Eles só conversam com o bar-man, pedindo mais uma garrafinha de Amstel, que por sinal é excelente (outra coisa: nós, brasileiros, pensamos que somente aqui no Brasil se faz cerveja boa; na verdade a nossa cerveja aqui é muito barata; talvez seja este o único quesito que torna a nossa cerveja melhor). E os holandeses bebem. E bebem. E bebem muito. E não ficam tontos. E não ficam falando enrolado (peralá! o idioma deles já é mesmo enrolado, quando estão sóbrios, de modo que umas cervejinhas não fazem diferença). Detalhe: as holandesas bebem mais que os holandeses. É fácil concluir o porquê: em geral, elas não maiores que eles, tem mais “caixa” para suportar o álcool. Entenda-se por “caixa” loiras originais (vê-se pela cor das sobrancelhas; não pude conferir outros pelos, por motivos óbvios) de olhos claros, as menores eram da minha altura, eu que tenho 1,77m medidos aos 18 anos, lá no 42º. Batalhão de Infantaria Motorizada, quando fui merecidamente dispensado do exército, por excesso de contingente.

Logo depois que jogo terminou, recebo da Laura – minha filha - uma mensagem assim: 

Pai, ficou tristinho com a sua Holanda? Que jogo feio, hein? Muitas faltas! Cadê aquele “futebol holandês” que você sempre fala? A Espanha mereceu.

A Laura disse tudo nesta mensagem sobre o que foi a Final da Copa de 2010. Realmente a partida não foi o esperado. Eu achava que teríamos muitos gols. Houve chances para as duas equipes, mas a ansiedade de uma Final faz tremer até os melhores, na hora de definir um chute frente a frente com o goleiro. E o jogo foi mesmo muito truncado, com muitas faltas.

Se por um lado a minha Holanda ainda não foi Campeã desta vez, por outro, a Espanha tirou de vez a urucubaca de amarelona. Desta vez, a “Fúria” chegou favorita e em primeiro lugar no ranking da FIFA e confirmou com a conquista da Copa. Então, se Futebol não tem lógica, pelo menos desta vez, deu a lógica!

E a lógica foi simples: uma equipe formada com 6 jogadores do Barcelona, que joga como o Barcelona joga, tocando a bola de pé em pé; parece que o time da Espanha dá olé durante toda a partida; e por falar em olé, cacoete das touradas, olé tá mesmo no sangue dos espanhóis.

Esse time da Espanha de 2010 me lembrou a nossa Seleção de 82, com a pequena diferença que eles foram Campeões.

Ficou muito bem dado o título de melhor jogador da Copa para o uruguaio Forlán. Guardadas as devidas proporções, Forlán está para este time do Uruguai, assim como Maradona foi para a Argentina de 86.

Para mim, o melhor jogador da Copa foi o goleiro Casillas, que sabe se defender no gol e sabe atacar em entrevista (todo mundo já viu o beijo que ele deu na mulher dele, em entrevista após a Final; saiu em vários portais da Internet).

E, o melhor de tudo para o futuro do futebol é que as quatro primeiras seleções foram aquelas que apresentaram o futebol mais bonito, tecnicamente falando e jogando para frente. Espero que os técnicos tenham mais coragem de imitar esta maneira de jogar.

Estou convencido de que foi a “maior roubada” o Brasil ter ganho aquela Copa de 94 e também a de 2002. A cada Copa que passa, o escrete canarinho vai perdendo o elã (numa única frase, dois termos antigos! Adoro isto!). Esta Seleção do Dunga foi uma cópia piorada das seleções de 1994 para cá. Só não foi pior que a de 1990, o que é impossível.

Só para refletir: o Uruguai jogou mais bonito que o Brasil. O Uruguai.

E, no final, entre um CALA BOCA GALVÃO e um CALA BOCA ALEX ESCOBAR, quem CALOU por último foi o Dunga, o que prova que QUEM CALA POR ÚLTIMO, CALA PIOR.

Então, até 2014, lá (aqui) no Brasil.


AL-Braço
AL-©haer

Um comentário:

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

AL,
Concordo com noventa e nove por cento, e não é plágio intelectual não, de tudo o que você escrevinhou tão bem aqui (lá no Caribe).
Algum dia sentarei contigo para um bate-papo legal sobre futebol e outras cousas mais. Acredito na minha sorte, amigo.
Quanto ao mais, bom descanso e ótimo retorno.

Abraço de Minas,
Pedro Ramúcio.