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sexta-feira, 30 de abril de 2010

José Mourinho e um “esquema pebolim” inédito



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Mesmo sabendo que a tarefa do Barcelona não seria fácil (reverter o resultado de 3 a 1 para a Inter, na partida de volta da semi-final da Champions League), torci muito para que o Barcelona se classificasse, por vários motivos, dentre eles:

1. Messi é o Melhor do Mundo, dis-pa-ra-do!
2. Ibra é Meu Ídolo!
3. A Globo encheu o saco com aquela campanha: “Lúcio, bota o Messi no bolso”.
4.  Imagina o jogão que seria uma final entre Barcelona e Bayern?

Quando o Thiago Motta da Inter foi expulso aos 28min do primeiro tempo, pensei: agora o Barcelona vai destruir os “Mussolini”.

Infelizmente, nada mudou a partir do momento que a Inter ficou com um jogador a menos. A partida, que parecia um treino ataque-contra-defesa, continuou sendo a mesma coisa: o Barcelona no ataque e a Inter toda na defesa. A Inter já se postava com 10 jogadores na defesa. Com menos um jogador, os nove restantes conseguiram parar o ataque do Barcelona. E, o que é impressionante, sem fazer faltas. Se não me engano, falta com “perigo de gol” só teve uma para o Barcelona, ainda no primeiro tempo, que o Ibra soltou uma bomba, a bola “variou” e, caprichosamente, resolveu ir para fora do gol. Se fosse dentro, o Júlio César não sentiria nem o cheiro da bola.

As estatísticas revelaram uma posse de bola de mais de 70% para o Barcelona. Mas, a rigor, o Júlio César só “trabalhou” por três ou duas vezes. Uma defesa milagrosa, no primeiro tempo, num chute de Messi (eu cheguei a gritar gol, antes da hora). No final do segundo tempo, uma “raquetada” para o meio da área, que não foi aproveitada pelos atacantes do Barcelona. Não me lembro de outra...ah! teve outro chute do Messi, ainda no primeiro tempo, mas ele pegou mal na bola e ela foi rasteira, fraca, facilitando a defesa do Júlio César.  

Eu já vi time jogar na retranca. Mas, em 90 minutos, até os times mais retranqueiros se arriscam no ataque, pelo menos, nos contra-ataques (até o Parreira fazia isto com a Seleção de 94). A Inter de Mourinho abriu mão de atacar. Se não me engano, a Inter teve um escanteio no segundo tempo e teve um chute a gol que foi um cruzamento para ninguém.

O mais impressionante foi a obediência tática do time da Inter. Fazia tempo que eu não via tanta eficiência defensiva.

Ou será que foi incompetência da equipe do Barcelona?

A sensação que fica é que se Barcelona e Inter jogassem 10 partidas, da maneira como foi esta, a Inter conseguiria empatar nove por 0 a 0 e o Barcelona venceria uma, por – no máximo – 1 a 0.

Fiquei irritado. Teve um momento no segundo tempo que o goleiro do Barcelona, Victor Valdés, estava jogando de líbero, no meio de campo. Foi a primeira vez que vi 11 jogadores na linha. O gol do Barcelona sem goleiro, mas nem precisava mesmo, pois o Mourinho “mandou” seus comandados defenderem e defenderem. Um chute a gol, mesmo com o gol sem goleiro, poderia significar uma jogada de ataque. E, nesta partida, Mourinho deve ter proibido seus jogadores atacarem.

No final, o jeito foi reconhecer os méritos do esquema tático do técnico José Mourinho.

Alguns técnicos ensinam seus esquemas táticos com o auxílio de jogo de botão. Tem um aí que trabalha com prancheta. Outros descrevem o posicionamento e a movimentação no quadro.

José Mourinho deve ter se utilizado de uma mesa de “pebolim” para organizar a Inter nesta partida contra o Barcelona. Arrisco a dizer que ele mandou fabricar uma mesa de “pebolim” especial para a ocasião: o goleiro e duas linhas de defensores à frente. Nenhum jogador no ataque. E nem tinha gol do outro lado. Não precisava. A Inter não iria arriscar.

Estão, aos poucos, acabando com o Verdadeiro Futebol. O técnico José Mourinho é um dos responsáveis.  


AL-Braço
AL-©haer 

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