(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

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segunda-feira, 9 de março de 2009

F E N Ô M E N O S

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Se a partida entre Palmeiras e Corinthians tivesse terminada em 1 a 0 para o Palmeiras, a imagem mais divulgada, mais repetida e mais comentada seria aquela bomba que o Ronaldinho chutou “lá do meio da rua” (ah...esses chavões maravilhosos!) e que explodiu no travessão.

Se o Ronaldinho não tivesse chutado esta bola no travessão, a imagem mais comentada seria aquela jogada pela esquerda, em que ele passou o pé rolando a bola, driblando o marcador, na direção oposta a que se esperava, foi à linha de fundo e cruzou – de canhota! – na cabeça do companheiro, que obrigou o goleiro do Palmeiras a se esticar todo e tirar a bola para escanteio.

Se o Ronaldinho não tivesse feito este cruzamento, a imagem mais comentada seria aquela falta que ele sofreu (mas o árbitro não assinalou), quando o marcador o impediu de chutar para o gol, de fora da área.

Se o Ronaldinho não tivesse sofrido esta falta, a imagem mais comentada seria aquele drible “de letra” (adoro estes termos do Futebol) que ele deu na intermediária.

Se o Ronaldinho não tivesse dado este drible, as imagens mais vistas e repetidas seriam os “closes” em câmera lenta de suas arrancadas, quando ele se deslocava buscando a melhor posição para receber a bola, com o detalhe das gotas de suor saltando de seu rosto.

Mas o Ronaldinho deixou para o minuto final a melhor imagem do ano.

Escanteio pela direita para o Corinthians. A bola cruzada com o pé trocado, passando pela pequena área e, no segundo pau, o zagueiro do Palmeiras salta, mas o Ronaldinho, logo atrás, salta mais que ele e, de cabeça (que não é a sua especialidade) manda para o fundo das redes, entre a trave e outro zagueiro, empatando a partida.

O que seria um gol simples, na desatenção de uma defesa, que permitiu que um atacante adversário cabeceasse uma bola cruzada de escanteio, o que seria um gol doído para a torcida que quase comemorava uma vitória no principal clássico de sua equipe, o que seria um gol de empate, com gosto de vitória (ah...essas frases...), no apagar das luzes (olha mais uma frase aí!), passou a ser o maior acontecimento do Futebol Mundial neste dia 8 de março de 2009.

Ronaldinho, O Fenômeno, voltou a marcar gol em partidas oficiais. E voltou pela terceira vez, quando muitos achavam que ele deveria pendurar as chuteiras.

Que pendurar chuteira que nada! Na comemoração do gol, o Ronaldinho correu para se pendurar no alambrado.

O alambrado não resistiu e cedeu.

Duas coisas foram confirmadas hoje:

o peso d’O Fenômeno e o Futebol leve do Ronaldinho.

E ele ainda vai entrar em forma.

Preparem-se, ó administradores dos estádios deste Brasilzão, pois todos os alambrados vão se curvar para o Futebol do Fenômeno.

Que golaço!

Assisti o segundo tempo na casa da Minha Mãe; quando Meu Pai era vivo, era ele o meu companheiro de Futebol...agora, é ela quem faz “as vezes”; ela ficou comigo o tempo todo e, claro, perguntava por que o técnico do Corinthians não colocava logo o Ronaldinho em campo (ela também se refere a ele como Ronaldinho); quando o Ronaldinho entrou e pegou a primeira bola (aquela do drible “de letra”) ela me perguntou: “-Filho, por quê o Ronaldinho não pega a bola e corre com ela em direção ao gol?”...é, pensei, até a D. Antônia está na expectativa daquelas arrancadas do Ronaldinho...esse cara é mesmo um Fenômeno... já nos últimos minutos, falei: “-Mãe, o Ronaldinho ainda vai empatar esta partida.”...naquela hora tinha até desligado o rádio (de onde eu acompanhava o jogo do Goiás); e o gol saiu!!! e eu vibrei demais e ela achou bom o Ronaldinho ter marcado o gol, mas ficou preocupada com o lance do alambrado (Mãe sabe tudo!!!)...aí eu abracei a Minha Mãe e dei um beijo nela...

(esse foi pro Meu Pai)

“- Pai, você precisava ter visto o gol que o Ronaldinho fez hoje...a propósito, e sei que você vai concordar comigo: FENÔMENO é a D. ANTÔNIA, a sua Toninha...

AL-Braço
AL-©haer

2 comentários:

Anônimo disse...

Fala sério... Ele teve a sorte de ter um lance favorável no final dos acrescimos e tudo isso para EMPATAR o jogo.
Se ele não tivesse feito o gol, não teria nenhum lance comentado, se não tivesse lance x ou y. Ele simplesmente TINHA que fazer o gol, pois do contrario seria criticado.
Já que ele marcou e o almabrado cedeu... o comentário agora são as piadas:
É só virar corinthiano que começa a depredar, o toicinho já tava na grela porque não acenderam o carvão?? e por aí vai.
Patetico os comentaristas esportivos que idolatram qualquer jogadinha corriqueira só porque o jogador tem um bom histórico.
Baba-ovos, oportunistas que não sabem diferenciar uma boa jogada de um lance de sorte.
So sorry.

AL-Chaer disse...

Prezado "Anônimo",

Em partidas como este clássico de rivalidade histórica entre Corinthians e Palmeiras, um EMPATE no finalzinho da partida tem um gosto muito especial para a torcida da equipe que conseguiu o empate. E a equipe que empatou - já nos acréscimos - sai do jogo "redimida", enquanto que a outra, "frustrada", mesmo que, ao final das contas, ambas acumularam 1 pontinho.

Bastava olhar para os jogadores e torcedores: os do Palmeiras, sem achar graça; os do Corinthians, cheios de graça (para não perder a oportunidade do trocadilhozinho habituAL).

Nestes meus 45 anos de vida (e 36 de Futebol) meu ÍDOLO é o ZICO. ÚNICO.

Mas, ninguém pode negar que, dentre os jogadores brasileiros, depois do REI PELÉ, poderíamos elencar vários fora-de-série (o Garrincha puxaria essa fila). Destes fora-de-série, o Ronaldinho é o único que o MUNDO CHAMOU DE FENÔMENO.

Esse "bom histórico" que você menciona, parece estar desconectado da História do Futebol Mundial.

"bom histórico" é muito pouco...

...não fique "por fora".

Informe-se.

Leia mais.

E obrigALdo pela leitura e pelo comentário.

AL-Braços
AL-Chaer

pêésse: concordo com você: o Ronaldinho tem sorte...como dizia o saudoso Ênio Andrade: "a bola gosta dele."