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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Final do Goianão’2011 – primeira partida

Terminou 1 x 1 a primeira partida entre Goiás e Atlético Goianiense, pela Final do Goianão’2011. O ACG joga por dois resultados “iguais”, de modo que basta o empate para o Atlético se sagrar Campeão, no próximo Domingo.

É difícil prever o que acontecerá na próxima partida. Enquanto isto, é mais fácil comentar o primeiro jogo da decisão.

De um lado, o Atlético. Um time mais “experiente”, cujos jogadores jogam há mais tempo juntos. Do outro lado, o Goiás com um time que está se reestruturando, com vários jogadores jovens mesclando o elenco.

No parágrafo acima, entende-se o primeiro motivo pelo qual o Atlético não conseguiu vencer este jogo. Mesmo tendo um time mais ajustado em campo, mesmo tendo jogadores mais acostumados uns aos outros, o time do ACG “morre” no segundo tempo. Ou seja, na etapa final, o time do Atlético passou os 45 minutos correndo atrás do time do Goiás, sem dar trabalho ao goleiro Pedro Henrique.

Por falar em Pedro Henrique, é injusto debitar na sua conta o gol do Marcão (que foi o gol de empate do ACG). Pedro Henrique fez o certo (aliás, tinha a intenção de fazer o certo) na jogada. Uma bola na “fogueira”, que ele teve que sair do gol para tirar com os pés. Mas, Pedro Henrique deu azar. Azar duplo. Primeiro azar: quem disputava a bola com ele era o Marcão. Segundo azar: o chute de Pedro Henrique tinha 359 graus para seguir, mas o “Sobrenatural de Almeida” quis que a bola seguisse na direção do único grau que não servia. A bola bateu no corpo de Marcão, o gol ficou aberto e Marcão provou porque é o melhor jogador do Atlético e do campeonato. Marcão correu e evitou que a bola saísse pela linha de fundo; num toque rápido, girou (quase escorregando) e ajeitou um pouquinho para trás, o suficiente (apesar de que quase sem ângulo), para chutar para dentro. Um gol de artilheiro “matador”. Com este gol, Marcão se isolou na artilharia do Goianão’2011.

(“ – Chupa, Roni !!!”...he he he...não resisti...)

Sobre o duelo tático, o técnico Artur Neto manteve a formação 3-5-2, com a qual o Goiás inicia seus jogos. Pelo lado do ACG, PC Gusmão manteve o seu esquema preferido, o 4-4-2. Isto significava que o Goiás “esperaria” as investidas do Atlético, tentando surpreender nos contra-ataques. Contudo, no primeiro tempo o ACG não arriscava, até porque o empate lhe favorecia, ou seja, os “espaços” para contra-ataques não apareciam para o Goiás. E, como as defesas não falhavam, pensei – já pela metade do primeiro tempo – que seria difícil esta primeira partida sair do 0 a 0. Anaílson e Marcão estavam bem marcados pelo sistema defensivo do Goiás. Enquanto que o Goiás, por não ter centro-avante “de ofício”, também não conseguia chegar ao gol do goleiro Márcio.

O parágrafo anterior aponta dois alertas para Atlético e Goiás, que em breve estarão disputando as Séries A e B do Brasileiro, respectivamente. O ACG não pode ficar dependendo apenas da criatividade do Anaílson e da força do Marcão. Eles são “meio time” do Atlético e, se bem marcados, foi assim que o Goiás anulou as melhores opções do Atlético. Quanto ao Goiás, é urgente a contratação de – pelo menos – um centro-avante, para jogar junto com o Felipe Amorim. Hugo? Guto? Muito fracos. Assuério? Este é uma promessa. Muito jovem ainda. Tem habilidade e disposição, mas a pouca idade faz com que ele corra muito sem objetividade. Precisa ainda de muitas “horas de voo”, para começar a se posicionar melhor – principalmente – sem a bola, o que é uma qualidade que qualquer atacante deve ter. Assuério tem muita vontade, mas ainda está longe de ser “o” atacante do Goiás.

(em tempo: para as leitorcedoras e leitorcedores, não pensem que eu escrevi errado o nome do garoto; é assim mesmo: AS-SU-É-RIO; aproveitando o Dia das Mães: eu juro pela Minha Mãe que o nome do rapaz é Assuério!)

Uma decisão se ganha ou se perde no campo e – também – no banco de reservas. Numa decisão de 180 minutos, os primeiros 90 são importantíssimos, pois o segundo jogo é consequência do primeiro. E, apesar de que os primeiros 90 minutos terminaram em empate, tivemos um “perdedor” nesta primeira partida. Foi o técnico PC Gusmão.

Seu estilo de falar muito à beira do gramado pode ser prejuducial à sua equipe. É claro que um técnico tem que alertar seus comandados (afinal de contas está ali para isto), tem que incentivá-los, orientá-los. Mas quando um técnico insiste em reclamar da arbitragem, parece que está querendo tirar o foco da sua responsabilidade e da responsabilidade de seus comandados. Nesta partida, a gritaria que o PC Gusmão aprontou à beira do gramado acabou atrapalhando a concentração dos jogadores do ACG, concentração que já estava prejudicada pela “falta de pernas” do time no segundo tempo.

Do outro lado, Artur Neto – calmo e “lendo” bem a partida – comandou para que as bolas passassem sempre pelos pés do Felipe Amorim, este jovem que é – fácil! – o melhor jogador do Goiás, atualmente (e, na minha opinião, o segundo melhor do Goianão’2011). Era o segundo tempo e o time do ACG já não acompanhava a “correria” dos meninos do Goiás. A única alternativa dos jogadores do Atlético eram as faltas. Só assim para parar o Felipe Amorim. Sucessivos cartões amarelos foram aplicados e uma expulsão era questão de tempo.

O saldo foram três expulsões: Agenor, Pituca e o próprio PC.

O Goiás foi incompetente, porque, nos últimos 15 minutos, com dois jogadores a mais, não conseguiu fazer valer o melhor condicionamento físico de seus atletas, não foi capaz de reverter em gol a superioridade numérica e territorial. Repito, faltam atacantes no Goiás. É inadmissível que o nosso melhor atacante (?!) seja o Carlos Alberto, um volante.

Fica difícil apontar o resultado dos próximos 90 minutos. Mas uma coisa é certa: o ACG sentirá muito as ausências de Agenor e Pituca e terá que jogar sem o seu técnico no banco de reservas. Pode estar aí uma “vantagem” para o ACG: sem o PC Gusmão berrando, eles podem jogar mais tranqüilos. Outra coisa certa é que o Goiás deve “repensar” sua maneira de jogar “esperando” o adversário. Taí um desafio para o Artur Neto: colocar o Goiás jogando para cima do Atlético. E tem que ser a partir do primeiro minuto, porque, na segunda partida, o décimo segundo adversário do Goiás será o relógio. Para o Goiás, só a vitória interessa. O que significa que – talvez – o melhor esquema para o Goiás não seja o 3-5-2. O esquema 3-5-2 requer dois alas rápidos e habilidosos. O Goiás tem, para esta função, Oziel pela direita e Marcão, pela esquerda. Contudo, o que sobre em um, falta no outro. Marcão é experiente, ajuda muito orientando seus companheiros dentro de campo, sabe distribuir bem a bola, mas a idade não permite uma boa performance como ala. Já Oziel, tem fôlego e disposição, mas você não sabe o que vai acontecer quando ele está com a bola. Tem hora que parece que ele e a bola são inimigos mortais.

Se eu estivesse no lugar do Artur Neto, escalaria o Goiás, para a próxima partida, no esquema 4-4-2, assim: Pedro Henrique; Oziel (infelizmente, não temos outro), Ernando, Marcão (na zaga) e Robert (é isto mesmo, na lateral esquerda); Amaral, Rafael Tolói (meu sonho é ver o Tolói de volante, como era nas categorias de base!), Carlos Alberto e Marcelo Costa (ficou no banco na primeira partida da final e, se escalado, pode dar tudo para mostrar que tem lugar na equipe); Felipe Amorim e (quem? quem?)...ah! coloca o Guto mesmo, quem sabe ele marca em cobrança de falta?. Deixaria o Walmir Lucas como opção, no banco.

Enquanto estava escrevendo esta crônica, dei uma passadinha pela Internet e li a declaração do Presidente do Atlético condenando a atuação do árbitro nesta primeira partida e (prestem atenção!) dizendo que o ACG pode não entrar em campo no próximo Domingo.

Eu disse que ficaria difícil apontar o resultado da próxima partida, mas depois desta declaração do Presidente do Atlético eu digo que só um milagre tira o título do Goiás. E este milagre tem dois nomes: Márcio, lá atrás e Marcão, lá na frente. Que fique bem claro: se o time do Atlético entrar em campo.

Vamos aguardar.

AL-Braço
AL-©haer

Um comentário:

Fábio Almeida disse...

Realmente não dá para esperar muito da atual situação do Goiás. Não deu!!! Agora nos resta a série B e a esperança de subir para a A. Além, é claro de Hailé e sua família se mandarem do Goiás. Com lágrimas ....