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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quando a derrota é vitória

Apesar de que esta Copa Sul-Americana de 2010 veio em uma péssima hora para o Meu Goiás, a classificação para as quartas de final, superando o tradicional Peñarol do Uruguai, pode trazer mais confiança para os jogadores.

Se está difícil melhorar o desempenho técnico (pela deficiência e limitação da maioria do elenco), se não há como aprimorar a disposição tática (por que não há tempo hábil), se o cansaço começa a pesar (pela maratona anual), então resta a esperança de que os jogadores não deixem a baixa auto-estima derrotá-los antes da hora. Para isto, recuperar a confiança é essencial e acredito que o Meu Goiás retorna do Uruguai com mais chances de conseguir melhores resultados na reta final do Brasileirão.

Na partida de ida contra o Peñarol, aqui no Serra Dourada, viu-se claramente que o time uruguaio veio para tentar um empate e, talvez, surpreender. O Goiás, por sua vez, imprimiu um ritmo forte no primeiro tempo, com mais posse de bola, pressionando o adversário, criando várias chances de gol, convertendo apenas uma delas. Já no segundo tempo, o Goiás sentiu o ritmo e desacelerou. Como o Peñarol não arriscava, a partida acabou com a vitória do Goiás por 1 a 0.

Na partida de volta, mais de 40 mil torcedores lá no Centenário. A responsabilidade de marcar era do Peñarol. A “surpresa” foi ver o Goiás correndo muito e atacando já no início da partida. Isto assustou o time do Uruguai, que sequer conseguia chutar em gol. O Goiás foi premiado por sua audácia, abrindo o marcador com um lance inesperado de Rafael Moura, que conseguiu fazer em uma só jogada tudo que se espera de um atacante forte: de costas para o zagueiro, matou no peito, protegeu a bola, girou e driblou o zagueiro e bateu no ângulo, tirando do alcance do goleiro. Um golaço!!! Então, o Peñarol, que ainda não tinha chutado a gol, teria que marcar 3 para se classificar.

Estava tudo indo bem para o Goiás, mas em duas falhas da defesa (que rebateu a bola para o meio, uma de cabeça e outra com os pés) o time do Peñarol as aproveitou e virou para 2 a 1. Estes dois gols aconteceram nos minutos finais do primeiro tempo. Um verdadeiro “castigo” para o Goiás, que não merecia ir para o intervalo em desvantagem no marcador.

Veio o segundo tempo. Era esperada uma pressão dos uruguaios, mas a superioridade em posse de bola não resultava em arremates para o gol do Harlei, o que dava uma certa tranquilidade ao time. Contudo, o árbitro “resolve aparecer” e, extremamente rigoroso, expulsa Éverton Santos aos 11 minutos. O resultado classificava o Goiás, mas – com um a menos – a pressão seria maior ainda. Como foi.

Eis que entrou em campo a “estrela” do Jorginho, que colocou o “esforçado” Carlos Alberto no lugar do nosso melhor jogador – Felipe -, na clara intenção de fortalecer o esquema defensivo, o que era correto naquela situação.

O Peñarol pressionava e pressionava, mas o nosso sistema defensivo – mais atento – não cometia as falhas do primeiro tempo. E o tempo passava. Numa das bolas recuperadas pelo meio de campo do Goiás, Carlos Alberto recebe pela intermediária no campo de ataque e o glorioso “Sobrenatural de Almeida” baixa no corpo do rapaz, que “engatou uma quinta”, passando (voando baixo) pela defesa adversária, entrando na grande área pela esquerda e batendo cruzado, de canhota, tirando do goleiro, com a bola – caprichosa – batendo na trave, antes de entrar. Não acreditei, quando vi ao vivo pela TV. No “replay”, vi que o “Sobrenatural de Almeida” tinha marcado mais um golaço.

Então, o Peñarol precisava de mais dois gols e continuou buscando. Aos 39 minutos, deu um “branco” na defesa do Goiás e o jogador do Peñarol conseguiu bater de fora da área, no canto. Era o 3 a 2. Faltava um golzinho para o Peñarol, mas o que faltava, mesmo, era tempo.

E o Goiás, derrotado no Uruguai, volta para Goiânia, vitorioso!

A situação de Jorginho é delicada, sabemos. Mas foi importante ver os jogadores se abraçando junto ao banco de reservas, com o “Professor”, na comemoração dos gols. Isto revela que os jogadores estão “tentando fazer” o que Jorginho está “tentando ensinar”. Quando dá certo, significa que está “começando” a se estabelecer uma comunicação entre banco de reservas e campo de jogo.

E, nestas tentativas e tentativas, com um pouquinho a mais de confiança e mais atenção, os jogadores, até os mais “sem-noção” como um Wellington Saci, podem surpreender e – quem sabe? – estenderem o bom momento da Sul-Americana para uma caminhada exitosa rumo à fuga do rebaixamento para a Série B do Brasileirão de 2011.

Mas, lembremos: no Brasileirão, derrota é derrota.

E, falando nisto, no próximo Domingo, um “empate” contra o Avaí, no Serra Dourada, é o mesmo que perder. É mais: perderemos até o rumo, se não vencermos o Avaí.

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AL-Braço
AL-©haer 

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