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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

de onde menos se espera...

...não sai nada, mesmo!

Caríssimo Fábio Almeida, fiquei uns dias pensando o que escrever sobre o momento por que passa o Nosso Goiás, depois dos últimos acontecimentos.

Diz-se que “o silêncio não comete erros” e, por falar em erros, são tantos os erros que têm sido cometidos lá no Goiás, que eu resolvi ficar apenas observando esta fase que, desde 1973 (quando passei a torcer e acompanhar o Goiás) é o pior momento que vi Nosso Goiás passar.

Não devemos nos iludir. Tecnicamente falando, o atual elenco do Goiás é fraco, além de limitado. Até aí, tudo bem, pois o esforço e a determinação dentro de campo pode superar as deficiências. Mas, nem isto temos visto surtir efeito neste time. Apesar de que o técnico Leão tem tentado incentivar e dar tranquilidade aos jogadores, a insistência com o equema tático 4-4-2 está equivocada. Nossos dois zagueiros não têm conseguido um equilíbrio no posicionamento, deixando espaços em que os atacantes deitam e rolam. Os volantes não protegem a defesa com eficiência. Já está passando da hora do técnico Leão colocar o Goiás para jogar no esquema 3-5-2. Acredito que esta seria a última mudança que está faltando para ser implementada. Uma última tentativa antes de “jogar a toalha”.

É bem verdade que tivemos um alento, na vitória sobre o Grêmio, lá no Olímpico, conquistando o direito de seguir na Copa Sulamericana. Analisando friamente, aquela partida não representou uma melhora do Goiás, porque o Grêmio perdeu para seus próprios erros, naquela noite, em que estreava seu novo técnico, o eterno ídolo dos gremistas, Renato Gaúcho.

Voltando ao Brasileirão, novo confronto lá no Olímpico, contra o mesmo Grêmio. Parece que os jogadores do Goiás se esquecem do pouco futebol que ainda lhes resta, quando a partida é pelo Brasileirão. Uma apatia de dar dó. É duro ver seu time jogar 90 minutos sem chutar uma única bola dentro do gol. Contei. O Goiás deu apenas um chute a gol, numa tentativa de Bernardo de fora da área, no segundo tempo. A bola foi para fora. Nem sequer o goleiro teve trabalho.

Se dentro de campo já estava ruim, fora de campo ficou pior. Numa desastrada reunião do Conselho Deliberativo, o atual presidente do Goiás lê uma carta-bomba desenterrando uma série de ações mal sucedidas das gestões anteriores (inclusive daquela em que ele próprio foi Vice-Presidente, tem lógica?!). Esta carta chega na internet expondo as mazelas que justificam a atual (e aguda) crise por que passa o Goiás. Por outro lado, o Presidente do Conselho Deliberativo recomenda que o Presidente do Goiás renuncie. A resposta do Presidente do Goiás veio assim: “só deixo o Goiás por enfarto, derrame ou tiro”. É tanto disse-me-disse, que a gente fica sem saber o que é verdade, o que é mentira, o que é delírio, o que é ciúme.

Deixemos os mandos e desmandos e as vaidades de lado, o que já não é pouco. A situação do Goiás, resumindo, é a seguinte: não há dinheiro em caixa, não há dinheiro para fazer contratações, os salários dos jogadores estão atrasados e até hoje tem premiação a ser paga.

E a torcida? Sabem qual foi a penúltima? Na derrota contra o Grêmio Barueri Prudente, aqui no Serra Dourada, os torcedores protestavam da arquibancada após a partida (os mais exaltados e enfurecidos atiraram radinhos de pilha na direção dos jogadores) e, em troca receberam da polícia bombas de efeito moral. A última veio hoje: ouvi na rádio que já avisaram que, se torcedores forem protestar lá no CT do Goiás, serão recebidos pela polícia, com toda pompa e circunstância.

Depois de mais uma derrota (por goleada) para o Fluminense, aqui no Serra Dourada, como torcedor (doente!) ainda tento me convencer de que, conforme as declarações do técnico Leão, os jogadores estão se empenhando em campo e que pior que está não pode ficar.

Mas, se eu me convencer disto, terei que enfrentar – resignado – a realidade de que a Direção do Goiás está tão desastrosa e desastrada e que o elenco do Goiás está tão perdido em campo, por deficiência técnica e tática, que a situação pode – sim! – ficar ainda pior.

Mais ou menos assim: vamos ter que comer bosta, mas não vai ter pra todo mundo.

AL-Braço
AL-©haer

Um comentário:

Fábio Almeida disse...

Eu nem sei o que dizer, mas a piada do final me serviu de consolo.