(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

( poesia visual / "Copa do Mundo" / Série "Futebol em Movimento" )

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O que vale mais: atacar ou defender?

.
Esta pergunta pode ser feita para qualquer equipe que esteja participando do Brasileirão, nas suas séries ABeCeDárias.

Já se falou muito sobre o assunto e suas variações sobre o mesmo tema:

“O importante é não tomar gols. Depois, marcar.”
(Zagallo, pseudo-ponta e/ou pseudo-técnico)

“No Futebol, o gol é apenas um detalhe.”
(Parreira, palestrante de auto-ajuda e dublê de artista plástico)

“A melhor defesa é o ataque.”
(autor desconhecido, mas foi recentemente dita pelos 4 dos 5 gols do Cruzeiro contra o Atlético-MG, gols estes que não foram marcados por atacantes)

Realmente, este problema, que é verdadeiramente um problema aritmético de duas operações – soma e subtração – nos remete a uma frase do Dario “Dadá Maravilha”:

“Venha com a problemática, que eu vou com a solucionática.”

Uél, inicio a crônica de hoje com este amplo espectro filosófico do imaginário popular do Futebol de Meu Deus, porque, após duas rodadas do Brasileirão, o Meu Goiás é o ATAQUE MAIS POSITIVO e a DEFESA MAIS VAZADA, sem vitória e sem derrota. Foram dois empates de 3 a 3 contra o Náutico, aqui no Serra Dourada e, contra o Santos, lá na Vila Belmiro.

Se me perguntassem se o Goiás deveria se preocupar em fortalecer o seu setor de ataque, ou se deveria melhorar seu sistema defensivo, eu diria (perdoem-me os Deuses do Futebol !!!) que o Goiás deveria se preocupar com seu sistema defensivo, especialmente treinar o posicionamento dos três zagueiros.

Ai que saudade daquela zaga do Geninho...

Tem uma justificativa lógica e óbvia, na maioria dos sistemas táticos atuais, que sustenta a importância de uma defesa bem treinada: raramente os dois atacantes voltam para marcar na área, o que é aceitável, pois, num contra-ataque, eles devem estar se posicionando lá na frente, possibilitando opção de jogadas.

Outra questão que revela que não se deve preocupar apenas com os atacantes é o fato de que, especialmente nas cobranças de escanteio a seu favor e nas faltas cobradas em cruzamento para a área adversária, muitos zagueiros avançam e, pela estatura privilegiada, alguns deles são até conhecidos como zagueiros-artilheiros, fazendo as vezes dos atacantes.

Para o Goiás não “passar vergonha” (leia-se brigar contra o rebaixamento) vimos – claramente nestas duas primeiras partidas – que o Hélio dos Anjos vai ter que treinar mais seus três zagueiros. E, claro, vai precisar de 6 zagueiros, para fazer o “rodízio” que será necessário pelas várias suspensões por cartões. ALiás, time que tem o Hélio dos Anjos como técnico tem que ter muita opção para a zaga e para os volantes, porque o pessoal lá de trás “não perde a viagem”, quando o destino é “matar a jogada do adversário”. Mesmo não abusando da violência, com a sequência das faltas, normalmente os primeiros a ficarem “pendurados” por cartão amarelo são os volantes. Daí, a opção de “parar as jogadas” fica por conta dos três zagueiros, que se revezam na função. Na sequência, os zagueiros começarem a receber os cartões amarelos. E por aí vai.

Tenho gostado muito do que o Ramalho tem jogado. Um líder em campo. Organiza as jogadas. Tem uma boa visão e orienta seus companheiros. Quando vai ao ataque, tem melhorado muito seus passes e faz bem a função de um meia-armador. Mas é outro que “sabe” jogar no esquema do Hélio dos Anjos. Vai levar muitos cartões durante todo o campeonato.

Outro que encaixou perfeitamente no esquema do Hélio dos Anjos é o Éverton. Jogou contra o Santos, resguardado por um “efeito suspensivo”, contudo, após o julgamento final, poderá ter confirmada a suspensão por 120 dias (por aquele lance de indisciplina contra o veterano Ronildo do CRAC). O Goiás fica bem melhor postado na defesa, quando o Éverton está em campo. Se for mesmo suspenso, vai fazer falta (ou melhor, vai ficar de fora sem poder fazer as “faltas necessárias” ao bom andamento do esquema do Hélio dos Anjos).

Sabemos que o “segredo” do esquema 3-5-2 são os alas. São jogadores que têm que ter preparo físico acima da média e habilidade com a bola nos pés. Todos sabem que eu não gosto do Vitor, mas ele tem ótima condição física e, apesar de já ter me passado muita raiva, reconheço que ele sabe controlar e proteger a bola (quando ele levanta a cabeça). Já o Júlio César, este demorou um pouco a se adaptar, mas se tornou um ala muito eficiente. Os alas, quando resolvem alternar jogadas de linha de fundo com entradas pelo meio, passam a ser uma opção muito interessante para as jogadas de ataque.

O que aconteceu, então? Vitor se contundiu e ainda desfalcará a equipe por mais umas duas ou três semanas. Para o seu lugar, entrou o “curinga” Fábio Bahia. Hélio dos Anjos resolve deslocar o Júlio César para o meio de campo, com a “10”, e bota o seu “protegido” Zé Carlos na ala esquerda. Até que o Júlio César tem jogado muito bem como meia, mas ficamos sem alas. Quando estamos com Fábio Bahia e Zé Carlos em campo, parece que estamos jogando com 8 na linha.

Estão falando que o Vitor vai ser negociado para uma equipe do exterior no período da “janela”. Ainda estou torcendo para que o Goiás realmente consiga uma boa grana com a sua venda, mas já começo a pensar naquela máxima “ruim com ele, pior sem ele”...acho que sentirei saudades do Vitor...é duro confessar isto, mas vendo o Fábio Bahia jogar, a gente tem saudade até de óleo de fígado de bacalhau.

Contra o Fluminense foi assim. Contra o Santos foi assim. É só o Hélio dos Anjos substituir o Zé Carlos e retornar o Júlio César para sua posição de ala, que todo o time melhora.

Então, o Goiás precisa – urgente – de contratar um meia e um ala para a direita. Comentou-se que o Goiás tentou contratar o Carlinhos Bala, do Náutico. Fala-se que o negócio só não deu certo, porque o salário que o Carlinhos Bala recebe do Náutico está fora das bases salariais do Goiás.

Convenhamos, caríssima esmeraldina e caríssimo esmeraldino apaixonados e doentes como eu, se o Goiás não consegue trazer o Carlinhos Bala, o melhor a fazer é encerrar esta crônica por aqui.

Resumindo: com uma média de 3 gols marcados, nosso ataque está muito bem, obrigado; só precisamos começar a levar menos gols lá atrás.

Simples. Matemática pura.

Detalhe: o próximo ataque que nossa defesa vai enfrentar é formado por um tal de D’Alessandro, um tal de Taison e um tal de Nilmar.


AL-Braço
AL-©haer

Nenhum comentário: