(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

( poesia visual / "Copa do Mundo" / Série "Futebol em Movimento" )

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Milagres

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Nos últimos anos, seleções de pouca expressão na História do Futebol têm se destacado. Para citar ALguns exemplos, lembremos de 1990 da equipe de Camarões e seus Leões comandados por Roger Milla, recordemos da Turquia e da Coréia na Copa de 2002 e, não esqueçamos da Grécia na Eurocopa de 2004.
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Parece Milagre. Mas não é. O intercâmbio de jogadores e técnicos, aliado às facilidades de comunicação, têm contribuído para um grande avanço do Futebol em todo o Mundo. Vale aquela constatação: Atualmente, não tem mais bobo no Futebol. (ALdoro essas frases!)
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A Eurocopa de 2008 está enchendo os olhos do torcedor (outra frase clássica!). Até ser eliminada, a Holanda foi a sensação. Pra mim, continua sendo, pois a Paixão tem a cor Laranja. O Futebol veste a camisa Laranja. Agora, a sensação da vez é a Rússia, que merece o título (por enquanto, de sensação!), pois simplesmente eliminou a Holanda.
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Mas, cara Leitorcedora, caro Leitorcedor, o que vai ficar na memória, por muito tempo, é o que fez a Turquia nesta Eurocopa de 2008. Na primeira fase, perdeu apenas para Portugal, jogando bem. E continuou jogando bem e promovendo viradas históricas ao apagar das luzes (ah!...essas frases...) contra Suíça e República Tcheca. Nesta partida, perdia por 2 a 0 até diminuir a vantagem tcheca aos 30 minutos do segundo tempo, empatar aos 42' e virar aos 44'. Nas quartas de final, empatou com a Croácia aos 16' do segundo tempo da prorrogação, para vencer a disputa de pênaltis.
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E hoje, assisti (com ressalvas ao sinal do satélite, que saiu do ar algumas vezes no segundo tempo) a uma das partidas mais emocionantes desta Eurocopa, entre Alemanha e Turquia...
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Enquanto a Alemanha estava completa, a Turquia não conseguia reunir mais de 14 jogadores em condição de jogo. Falava-se, antes da partida, que o técnico Fatih Terim poderia colocar o terceiro goleiro para jogar na linha, se necessário.
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Começou o jogo e cada jogador da Turquia parecia uma McLaren (do Felipe Massa, não a do Rubinho). Correria para tudo quanto é lado, com os Turcos sempre chegando junto, ou à frente dos Alemães. Se estivessem com o uniforme laranja, os Turcos passariam disfarçados de holandeses (ressALvas ao formato e tamanho do nariz), pois com um Futebol Total para frente e inversões de bola de um lado para o outro envolvia o time da Alemanha, que parecia (pa-re-cia) assustada com aquilo tudo que via e vinha rumo à meta germânica.
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Os turcos vieram dispostos a confirmar o Milagre Turco e dá-lhe chute a gol, bola na trave e, numa troca de bola pela direita, com direito a passe de peito do atacante para o ala, mais um cruzamento, com antecipação de um atacante, bola no travessão e chute de primeira debaixo das pernas do goleiro. Turquia 1 a 0. Quem me conhece, sabe, torço para a Holanda, até ela ser eliminada da competição. Então, resolvi adotar a Turquia, para continuar torcendo nesta Eurocopa. Vibrei muito!
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Mas, do outro lado estava a Alemanha, com seu tradicional Futebol irritante: sobem em bloco; recuam em bloco; nos contra-ataques fazem lançamentos rápidos e longos; com o adversário fechado, alçam bolas para a área, para ver o que vai dar. E não afobam. Parece que eles não têm sangue nas veias. Parece que têm óleo diesel. O resultado disto é que os alemães empataram poucos minutos depois: lançamento para o atacante pela esquerda, cruzamento, um atacante antecipa o defensor, toque sutil com o lado de fora do pé, fora do alcance do goleiro, a bola entra girando em torno de seu eixo, como se fosse um pião.
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(parênteses:


eis que a câmera mostra as torcidas...ao filmar a torcida alemã, o camera-man mostra as alemãs...eu sei, eu sei que as Russas são as mais bonitas...eu sei...mas sei também que os alemães fabricam o melhor carro, a melhor caneta, os melhores equipamentos cirúrgicos, as melhores cervejas, executam as pistas em asfalto mais duráveis, são
precursores do estudo das estruturas de concreto armado...que mais?...música clássica, orquestra, teatro, cinema, estúdios de gravação...literatura...química fina...farmacêuticos...e, de lambuja, a Alemanha é a nação que mais investe em ações para o desenvolvimento sustentável no planeta; falei tudo isto, porque eu fiquei com a leve impressão que os alemães estão também fabricando mulheres, com o habituAL controle de quALidade...


fecha)
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Voltemos ao mundo normAL. Então, como estávamos falando, a Turquia não se intimidou com o empate da Alemanha. E continuou partindo pra cima, ignorando que do outro lado estava a tradicional equipe alemã, de tantas decisões. Mas, a Alemanha, por sua vez, também não se intimidou e continuou jogando seu Futebol irritante, ignorando que a Turquia estava comendo a bola como se fosse um quibe frito na manteiga de banha de carneiro.
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E veio o segundo tempo. Nada mudou. A Turquia mandando no porto de Constantinopla alemão. A Turquia mandando no jogo. A Turquia mandando o povo de Istambul para frente. Mandando bola no gol dos alemães.
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Tava muito bom para ser verdade. Até o satélite – desconfiado – saiu do ar (mas continuou em órbita) para dar uma respirada. Quando o sinal foi restabelecido, a Alemanha tinha feito 2 a 1, imagino, do seu jeito, como quem joga Futebol apenas por profissão. E, cá pra nóis: eles são profissionais.
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Em mais uma jogada plástica (olha outra frase daquelas!) um Turco dá um rabo-de-arraia e deixa um Alemão na saudade (ah!...se não fossem esses jargões...), entra na área, cruza rasteiro e seu companheiro antecipa ao beque e ao goleiro, com um toquinho de ponta de bota (obrigado Geraldo José de Almeida) a bola entra no cantinho: 2 a 2.
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Fiquei louco. O satélite também. E o sinal sumiu de novo. Faltavam poucos minutos para o término da partida. Parecia que íamos para a prorrogação. Nada me tira da cabeça que o satélite também estava torcendo para a Turquia.
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Logo em seguida, o sinal retorna, com a Alemanha no ataque, aos 44 minutos do segundo tempo. Mas não era um ataque normal destes em bloco, que eles costumam fazer. Foi uma triangulação que começou na intermediária pela esquerda. Só se via jogador Turco na tela da TV. A bola foi lançada para o meio, toque de primeira em diagonal e – do nada – surgem dois alemães na entrada da grande área: um fez a proteção, o outro – Lahm – ajeitou e meteu no ângulo.
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O Milagre Turco ficou para trás. Segue rumo à final, o verdadeiro milagre do Futebol: o do Futebol Alemão.
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ALgora, já ALviso que tô torcendo para a Rússia. Não vejo a hora de ver a "torcida" russa pela TV (o satélite não vai acreditar no que vê...e ele vê primeiro...daí, o susto!).
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Será que teremos um Milagre Espanhol vindo por aí?

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AL-Braços
AL-©haer


pós-post:

O meu amigo Carlão q-uase m-e b-ateu (via e-mail) chamando ALtenção para a vasta contribuição da Alemanha para a Filosofia. Taí, Carlão, o devido registro complementando o texto.

ObrigALdo!!! vALeu !!!


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