(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

( poesia visual / "Copa do Mundo" / Série "Futebol em Movimento" )

segunda-feira, 30 de junho de 2008

DI-NA-MI-TE...TÁ LÁ !!!


Quando há eleições em um clube de futebol, o embate deveria ficar apenas durante as eleições, entre as chapas concorrentes. Deveria ser assim, mas sabemos que, geralmente, os derrotados passam a "torcer contra" e, muitas das vezes, algumas torcidas ditas "organizadas" se prestam ao papel de "bucha-de-canhão", marionetes grotescas vestidas com o uniforme do clube como instrumento de manobra (pichações, faixas de protesto etc) patrocinados por quem lhes sustenta, mesmo que o sustento venha apenas com as contribuições, fruto do suor(?) e sacrifício(?) dos membros quem compõem essas torcidas auto-denominadas de "organizadas".

Depois do pleito, abertas as urnas e contados os votos, os perdedores, se são mesmo apaixonados pelo clube, deveriam acatar o resultado – resignados - e deveriam ter a certeza de que dali pra frente, o Presidente é de todos e o que importa é o clube. E que o Presidente, por ser também um apaixonado pelo clube, conduzirá o mesmo com zelo pelo Distintivo (alguns chamam de Escudo) do Clube, pela História do Clube, e pelo maior patrimônio do Clube, que são seus torcedores. Uns perdem. Outros vencem. Mas todos ganham. Deveria ser assim.

Às vezes, há um só candidato, a ser homologado. Dependendo do candidato, não aparece nenhum para concorrer. Tem "cartola" que é tão "forte", que vence já na candidatura.

Mas, quando a eleição é para Presidente de um clube tradicional e de muita torcida (estou falando de "times de massa", leia-se Flamengo e Corinthians) aí vira assunto do dia – de vários dias, incontáveis dias – e, até quem não torce para esses times, dá seu palpite na eleição.

Imaginando a revolta de alguns Leitorcedores e Leitorcedoras, vou me deter um pouco explicando o termo "time de massa".

Sei que há outros times brasileiros com milhares e milhares de torcedores espalhados por este Brasilzão de Meu Deus. O Vasco de 50 aglutinou uma legião de fãs, um deles tive o exemplo dentro de casa, que foi o Meu Pai, Lauro Chaer. O Pai do Carlão, Seo Tião Costa, também faz parte desta legião. Na década de 60, dois timaços da História do Futebol Mundial, o insuperável Santos Bi-Mundial de Pelé e o Glorioso (tá até no Hino!) Botafogo de Garrincha, também foram responsáveis por uma quantidade enorme de torcedores encantados pelos cantos e mais cantos deste país (Dr. Mário de Alencastro, o Pai do João Baptista foi um deles). Na década de 70, a TV já ajudava bastante e foi a vez do Palmeiras de Ademir da Guia angariar adeptos pelo país afora. E, particularmente aqui no coração da região Centro-Oeste, tanto em Goiânia, quanto em Brasília, a maciça quantidade de mineiros radicados trouxe no caminhão de mudança a paixão pelos times do Atlético "de Belo Horizonte" e do Cruzeiro "de Belo Horizonte" (é assim que os mineiros do interior chamam o Atlético e o Cruzeiro).

Pulemos a década de 80.

Na década de 90 foi a vez do São Paulo de Telê fazer com que a segunda camisa de Futebol mais vendida no Brasil fosse a do Tricolor do Morumbi. Se você leu até ALqui e sentiu falta de citarmos o Internacional de Falcão e o Grêmio de Renato Gaúcho, vALe o registro; estes times também espalharam torcedores pelo Brasil, mas como o Brasil é muito grande e eles estão lá no MercoSul, a dificuldade de logística e a mídia (especialmente a televisiva) não contribuiu muito para uma maior divulgação destas paixões, a Colorada e Tricolor dos Pampas.


Voltemos à década de 80.

O fora-de-série Flamengo de Zico e Cia simplesmente impulsionou mais ainda o crescimento de sua torcida, que não parou mais, chegando atualmente ao singelo numero de mais de 30 milhões de torcedores espalhados por todo o mundo.

Sobre o Corinthians, a sua imensa torcida transcende o que se entende pelo substantivo "paixão". Se amássemos o nosso país da maneira como um Corinthiano ama o Corinthians, esse país seria diferente. Diferente no sentido de que aqueles que comandam o país teriam um pouco mais de cuidado. Se Fidel Castro fosse Corinthiano, a frase teria sido esta: "-Timón o Muerte!"

Resumindo, Flamengo e Corinthians são os "times de massa" e estamos conversados.


Esta pequena introdução acima foi exatamente para dizer que fazia tempo que não se tinha uma eleição para Presidente de um clube tão disputada e tão esperada.

Tão disputada, pois há 12 anos, a oposição lá no Vasco da Gama tentava vencer as eleições, culminando nos últimos pleitos com a figura do Roberto Dinamite representando – com dignidade – a luta contra a tirania. O Vasco da Gama não é um time de massa (como são Flamengo e Corinthians; então, ALgora entenderam porque eu falei aquela ladainha de "time de massa", né?), mas a iminência da derrocada do ex-ditador do Vasco fez parecer que o Brasil tem 170 milhões de Vascaínos (menos os 103 votos dos derrotados).

O Paulim (filho do Carlão, também Vascaíno, tal qual o Pai, tal qual o Avô...ô DNA ruim!!!) veio com essa "pérola", ao ser confirmada a Vitória do Dinamite:

"- Pai, hoje até flamenguista está com a camisa do Vasco!"

Nem tanto, Paulim. Nem tanto...

Mas, pela tão esperada Vitória do Roberto Dinamite, é quase isto!


AL-Braços
AL-©haer

pêésses.:

este post é dedicado primeirALmente e especiALmente à Gláucia...eu me casei com ela, mesmo sabendo que ela é Vascaína...O AMOR É LINDO! SÓ O AMOR VENCE!

também dedico este post aos meus queridos ALmigos vascaínos: Carlão, Rodrigo, Paulim, Vinícius, Francisco José, Thiago José, o meu colega Prof. Manoel Álvares, Seo Tião Costa e a MEU PAI, que onde estiver, está também comemorando...


putz! tô cercado de vascaínos !!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom Chaer!! Seus textos cada vez melhores!!
Olha até q um Torcedor do Goiás casar com Vascaína não é tão ruim assim, veja minha história, sou palmeirense(doente diga se de passagem), meu marido corinthiano, meu filho mais velho são-paulino e o menor não pode ouvir a palavra GOL que logo ergue os braços e vibra assim: _GOOOL "COITHIANHS"
Só o amor de mãe pra vencer isso rsrs
Abraços

Carlos Edu Bernardes disse...

Tio Lé era vascaíno? Ah não, turco, cê ferrou com o DNA torcendo pra mulambada... tsk... tsk... tsk...

AL-Chaer disse...

Amigo Carlão, Meu Querido!

Já fALei que torci pelo Flamengo desde a primeira vez que vi o Zico jogar em 1974 até a despedida do Zico (EU FUI! Lá no Maracanã!).

E, você sabe, também, que sofro uma recaída apenas quando o Flamengo joga contra o seu vASCO.

Por fALar nisto, quanto foi o último Flamengo x vASCO?

AL-Braços
AL-Chaer