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sábado, 13 de dezembro de 2008

Ronaldo, o Fenômeno

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Foram os italianos que deram a ele o nome de “Fenômeno”, na sua primeira passagem pelo Futebol Italiano, na Inter.

Mas, Ronaldo, o Ronaldinho Nazário, foi “Fenômeno” antes disto, quando de sua passagem meteórica pelo Cruzeiro. Muita gente foi descobrir o Ronaldo, que já foi Ronaldinho, depois que ele foi para fora, já no PSV.

Nunca vou me esquecer da frase do Técnico Ênio Andrade, quando lhe perguntaram sobre o Ronaldinho, na época.

A célebre frase de Ênio Andrade:


“- A bola gosta dele.”

Nas suas primeiras 60 partidas, Ronaldinho marcou 58 gols. Comparando com o Rei, este marcou 49 gols nas primeiras 60 partidas.

O mundo deu muitas voltas e muitas voltas foram dadas na cabeça do Ronaldinho. Insisto chamá-lo de Ronaldinho, pois ele sempre vai ser – pra mim – o Ronaldinho do Cruzeiro.

Depois que o Ronaldinho foi para a Europa, a primeira coisa que me chamou atenção foi a rápida evolução de seu físico. Em pouco tempo, sua compleição física foi drasticamente alterada. O menino franzino do subúrbio carioca rapidamente virou um trator. Um monstro. Com sua habilidade, aliada à força física, suas arrancadas rumo ao gol adversário eram dignas de espanto. E os gols eram um atrás do outro. Com a sua contratação pelo Barcelona, veio o definitivo reconhecimeto mundial, com duas Bolas de Ouro consecutivas como O Melhor do Mundo em 1996 e 1997.

Apesar de que Pelé é incomparável, Ronaldinho foi muitas vezes comparado ao Rei, mesmo sendo o Ronaldinho ruim de cabeça nas bolas altas. Na História do Futebol, poucos foram comparados a Pelé. Só por isto, realmente cabia a alcunha de “Fenôneno”, que lhe foi atribuída pelos “tifosi”, quando o Ronaldinho se transferiu do Barcelona para a Inter de Milão.

Lembro-me de quantos Domingos quando eu ia para a casa de Meus Pais, mas o motivo não era a comida da Minha Mãe; o motivo era assistir com Meu Pai, na hora do almoço, ao Ronaldinho jogar. E Minha Mãe nos chamava para a mesa e, depois de muita insistência, no intervalo, nos servíamos e levávamos os pratos para a sala de TV, com a ajuda de uma almofada, comendo sem piscar, frente às jogadas de Ronaldinho. O assunto era só o Ronaldinho. As iguarias árabes que Minha Mãe as faz com perfeição, ficavam em segundo plano. O plano de Domingo era ver o Ronaldinho com Meu Pai.

A Nike. A Nike foi a grande beneficiada com a parceria (vitalícia) com o Ronaldinho. No final das contas, a exigência para que o Ronaldinho jogasse a Final da Copa da França e a determinação de que o Ronaldinho estivesse no Grupo da última Copa, a da Alemanha, custou muito caro para a imagem de Ronaldinho.

A gente não imagina o quanto tem custado caro a carreira do Ronaldinho. Para ele. E nada me tira da cabeça que o Ronaldinho não teria tido as três gravíssimas contusões nos joelhos, se caso não tivesse seu biotipo (ou biótipo, vide Houaiss) sido tão radicalmente transformado em tão pouco tempo.

Todo ser humano tem suas fraquezas. Ronaldinho também é um ser humano, antes de mais nada. Mas as fraquezas de um Ronaldinho são muito diferentes das minhas, por exemplo. As dele saem nos jornais do Mundo inteiro. Sempre tem um “paparazzi” mirando seu canhão de alcance quilométrico para os passos de Ronaldinho. E, principalmente, para os tombos. O único “paparazzi” que fica tirando minhas fotos sou eu mesmo, para publicá-las no meu Orkut.

Definitivamente, não é simples e fácil ser um Ronaldinho, FENÔNENO!

E não serão dois joelhos parcialmente (e milagrosamente) recuperados, 14 quilos acima do peso, o cigarro e três travestis que vão fazer a gente esquecer o que é um Ronaldinho, Fenômeno. Não.

O que o Corinthians fez, ao contratar o Ronaldinho, foi – antes de tudo – de uma coragem inédita e surpreendente. Claro que tudo é negócio e, em termos de “marketing”, o retorno já está sendo fenomenal (não encontro outra palavra). E, o mais importante. O mais significativo. O Ronaldinho volta a jogar nos gramados de seu país. Do nosso país. Graças ao TIMÃO.

O Flamengo está se colocando como um marido traído: o último a saber. Mas, cá pra nós, o Flamengo teve todo o tempo do Mundo para viabilizar a contratação do Ronaldinho. E Ronaldinho deu todas as pistas. E esperou.

Mas, faz tempo que o time do Flamengo não tem nem cacife para contratar um treinador “campeão”. Um treinador “de ponta”. Jogador, então, nem pensar. O que tem salvado o Flamengo são suas revelações das categorias de base. Se este país fosse sério, o Flamengo - um dos times que mais devem aos cofres públicos – não teria o milionário patrocínio de uma empresa estatal, a Petrobrás. E, nem assim, o Flamengo chamou o Ronaldinho – sequer – para uma conversa sobre como fazer para ele jogar no time da Gávea, seu time de coração.

Mas, fora das quatro linhas e dentro delas, o Futebol não tem nada a ver com coração. Quem tem coração é o torceedor. No coração, no coração do torcedor, há outra coisa que também se chama Futebol, mas é diferente. E a Nike não recomendaria a ida de Ronaldinho para uma equipe que não utilizasse sua marca.

Torço para o Ronaldinho. Na Copa do Mundo de 2002, de madrugada, eu parava para ver o Ronaldinho, o Fenômeno. E, quando a bola chegava a seus pés, era o único momento que eu tirava as costas da poltrona.

A oportunidade que o Corinthians está proporcionando a nós, brasileiros, é o maior acontecimento do Futebol, do Nosso Futebol, nestes últimos anos.

Convidei o Ronaldinho para passar no meu teclado, antes da apresentação lá no TIMÃO.
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Coincidentemente (ma non troppo) Ronaldinho se deixou fotografar sobre as teclas "Back Space" e "Home". É isto, Ronaldinho. Volta pra casa, que ainda dá tempo de apagar algumas linhas e escrever e reescrever outras páginas.

O Futebol merece este Fenômeno. Aqui nos campos do Brasil.

Que Nossa Senhora (lá atrás, no cantinho) proteja o seu caminho!


AL-Braço
AL-©haer

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