(poesia visuAL / "A Tática: Futebol" / Série "Futebol em Movimento")

( poesia visual / "Copa do Mundo" / Série "Futebol em Movimento" )

sábado, 1 de novembro de 2008

Biorritmos

.
De vem em quando, temos umas ondas.

Há muito tempo tivemos a onda do cooper. Isto foi na década de 70. O médico americano Kenneth Cooper defendeu a prática de trotar ou correr moderadamente, para melhorar o condicionamento físico. Hoje, chamamos puramente de caminhada, sendo a atividade física que não custa nada e que qualquer um pode fazê-la. Na verdade, não foi apenas uma onda. A caminhada veio para ficar. Hoje, aperfeiçoada, com direito até a personal trainer.

Houve também a “febre” do confrei, uma planta originária da Ásia, cujas propriedades medicinais e cosméticas iam da tonificação da pele até a regeneração dos ossos e das células, quando ainda não nos preocupávamos muito com osteoporose, nem envelhecimento celular. Curava até câncer. Hoje, na onda do chá verde, o confrei caiu no esquecimento.

As ondas são como as misses. A cada ano, temos uma. E esquecemos a anterior. Só não nos esquecemos das “quase” misses. O maior exemplo ainda é o da Marta Rocha, com suas polegadinhas a mais. Aquela nossa derrota só perde para o Maracanazo em 1950. Recentemente, outra bela brasileira perdeu para uma japonesa – fraquinha - mas já não nos surpreendemos tanto com resultado de concurso de miss.

Tivemos – também – a fase dos filmes de Bergman. E, paralelamente, os de Fellini. Os de Fellini, eu adorei. Todos. Em especial, Amarcord. Mas, alguns de Bergman eram muito chatos. Infelizmente, a gente assistia para não ficar “boiando” (teve a fase da gíria “boiando”, também) nas conversas de boteco. E, claro, para lembrar que a Ingrid (permitam-me a intimidade) não tinha nada a ver com ele, que foi casada com Roberto Rossellini. Desta união nasceu a Isabella. Até no nome.

Cara Leitorcedora. Caro Leitorcedor. Certamente vocês completariam as listas das “ondas” pelas quais vocês passaram. Cada um tem a sua. Muitos itens comuns, mas há particularidades, de acordo com a preferência ou rejeição de cada um. Complete, pois, a sua mentalmente.

São interessantes os casos do bambolê e do elástico (aquela brincadeira de três, onde duas meninas passam o elástico por trás das pernas e uma terceira realiza saltos previamente coreografados; a cada passagem de fase, o elástico sobe para uma altura maior, aumentando o grau de dificuldade). Quando as meninas começam a brincar de bambolê, ou elástico, parece que elas não fazem outra coisa. Os pátios dos colégios e as calçadas ficam repletos de meninas brindando de bambolê e elástico. Passa um tempo, a gente não vê mais os bambolês e os elásticos. Depois eles voltam. Parecem com jabuticabas. Na época das jabuticabas, a gente as vê em todos os carrinhos dos ambulantes, nas esquinas; e em latinhas, nas beiradas de estrada. Depois, somem.

Neste Brasileirão, o Meu Goiás está parecendo com o bambolê. Numa época, fica sem querer jogar. Noutra, só quer saber de jogar. Depois se cansa e abandona o brinquedo.

Por causa da Laura, acredito em Papai Noel. ALiás, foi por causa da Laura que já me vesti de Papai Noel. Com a barba, foi fácil: joguei talco (daqui a Alguns – poucos – anos, o talco não será mais necessário). Mas a roupa não era de cetim vermelho. Não! Era de cetim verde. Claro. Rivalidade é tudo e eu não visto a cor vermelha do Vila Nova. A Gláucia diz que meu carro é vermelho. Calúnia! Meu carro é grená. Lá no sul, os gremistas se vestem de Papai Noel com a cor azul. Certinho.

Por causa da Laura, acredito em Coelhinho da Páscoa, mas não chego a tanto, tenho meus limites. Saltitar na versão árabe do coelhinho da páscoa, jamais!

Por causa do Folclore, acredito – principalmente – na Mula-sem-cabeça. Que potranca! Perfeita! Por causa do Curupira, acredito que toque de calcanhar bem dado – na hora certa – é infalível.
Lembram a onda dos biorritmos? Pois é, acredito neles. Mais do que em horóscopo. Mais do que em numerologia.

E, neste Brasileirão, o biorritmo do Meu Goiás não mente. E, biorritmo que se preza é uma função matemática do terceiro grau, com mais ou menos acentuação na amplitude. O biorritmo do Goiás começou na descendente; atingiu o ponto de mínimo; depois, recuperou-se numa ascendente, chegando ao máximo; agora, retoma a descendente. A nossa sorte é que o campeonato já está acabando e não há mais tempo para a função atingir o ponto de mínimo novamente.

Lá no Parque Antarctica, contra o Palmeiras, até que a nossa defesa se comportou melhor do que contra o Vasco. Do outro lado, o Palmeiras jogou um futebol que não me convenceu que é futebol de campeão. O que me irritou foram as bolas que o Goiás perdeu no meio-de-campo. O Palmeiras soube como neutralizar os contra-ataques do Goiás e, mesmo quando o Goiás chegava na grande área deles, nossos atacantes eram facilmente desarmados pela zaga do São Marcos.

Praticamente, tivemos apenas duas chances de marcar. Ambas defendidas pelo São Marcos, uma delas, mais um milagre. O nosso São Harlei fez apenas um milagrinho, numa falta bem batida pelo Evandro.

E ficou nisto: o gol de pênalti (bem marcado e bem cobrado) de Alex Mineiro definiu o placar.

O biorritmo do Goiás ainda está na descendente. Quem está com um biorritmo na ascendência é o São Paulo e o Cruzeiro.

Amanhã, o Goiás recebe o Cruzeiro no Serra Dourada. Será que o biorritmo do Goiás tem forças para perturbar o biorritmo do Cruzeiro?

Sei não...biorritmo por biorritmo, as tendências biorrítmicas não apontam para uma vitória do Goiás.

Mas, antes de tudo é Futebol. Fazer o quê, né? Vou lá conferir...

AL-Braço
AL-©haer

Nenhum comentário: