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domingo, 28 de junho de 2009

Bafana! Bafana! Yes, nós temos banana!

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Logo no início, não me preocupei muito com o primeiro gol dos EUA. Pareceu uma jogada meio sem querer. Uma bola cruzada a meia altura, um chute meio de lado – quase um desvio - de Dempsey, mas a bola foi no cantinho. Julio César foi nela, mas não deu. Ainda tinha muito tempo, para – ao menos – empatar.

E o Brasil partiu para cima. Como era de se esperar. E ficou vulnerável para os possíveis contra-ataques. O que era de se esperar. E veio um contra-ataque, dois contra dois, os atacantes dos EUA – Davies e Donovan - foram perfeitos na condução da bola, no deslocamento e nos passes, com direito a corte seco de Donovan no Ramires e chute certeiro no canto. EUA 2 a 0.

Aí eu me lembrei da célebre frase da campanha presidencial do Barack Obama: “Yes, we can!” E pensei: será?

E a partida passou a ficar mais interessante ainda, com o Brasil tentando diminuir, ainda no primeiro tempo. E os valores individuais da defesa norte-americana, em especial o seu goleiro Howard, defendiam bem a surpreendente vitória parcial.

Veio o segundo tempo e, na primeira bola que foi para o Luís Fabiano, brilhou sua estrela e uma de suas habilidades, sua marca-registrada: recebeu a bola de costas para o zagueiro, protegeu-se com os braços e, num giro rápido, chutou a bola por entre as pernas do zagueiro, a bola foi no canto do goleiro, que não conseguiu repetir os milagres que fez no primeiro tempo.

Daí para o final da partida, só deu Brasil. Os EUA se defendiam, mas não conseguiam manter a posse de bola. Os jogadores brasileiros, especialmente Kaká e Robinho, não brilhavam com suas jogadas de habilidade, mas faziam o feijão-com-arroz e empurravam os norte-americanos para a sua cozinha.

Vamos desconsiderar o erro da arbitragem não validando o gol de Kaká. Tudo foi muito rápido. A bola entrou (a gente viu no replay), mas quem deveria ter visto – o bandeirinha – não assinalou e o jogo seguiu com a vitória parcial dos EUA, por 2 a 1.

O interessante foi que o Brasil não diminuiu o ritmo, nem se deixou abalar pelo gol não assinalado. Continuou em cima, tentando o empate. Às vezes os EUA iam ao ataque, mas não tinham mais aquela situação de dois contra dois, ou seja, o Dunga conseguiu arrumar uma maneira de fazer o Brasil atacar, sem deixar a defesa desprotegida.

Numa jogada pela esquerda, Kaká fez o básico: rápido, cruzou uma bola para a entrada de Robinho, que chutou no travessão e, no rebote – quem estava lá? – Luis Fabiano, que deu um “chute” de cabeça, empatando a partida.

Eis que entra em campo outra estrela: a estrela de Dunga. Dunga coloca Daniel Alves (imaginando outra falta daquelas) e Elano. Elano foi o responsável direto pela virada. Na primeira bola, fez um lançamento a La Gerson, a La Alex. Na segunda bola que pegou, virou uma bola da direita para a esquerda, que o Daniel Alves não dominou, pois ainda estava frio. E, na terceira bola, bateu o escanteio na cabeça de Lúcio que selou a vitória, de virada, para o Brasil conquistar, merecidamente e incontestável essa Copa das Confederações.

Neste momento, eu me lembrei da seleção da Espanha. Realmente, o time da Espanha é mesmo um dos melhores, atualmente. Sem dúvida, é a melhor seleção espanhola já formada. Vendo o time da Espanha jogar, parece que eles trouxeram o Futebol de Salão para o Futebol de Campo, pois é impressionante como eles tocam bem a bola e como sempre aparece um espanhol onde a bola vai.

Mas eu imaginei o que estariam pensando os espanhóis depois desta aula de virar o jogo que a seleção brasileira deu, contra a mesma equipe dos EUA, que também abriu 2 a 0 contra a Espanha.

A Espanha é a “Fúria”, mas touro por touro, o Brasil tem o Luís Fabiano e o Dunga não chamou o Ronaldinho Gaúcho (lembram-se dele?!). E acertou! A Seleção Brasileira não precisa do Ronaldinho Gaúcho.

E, claro que a comparação é inevitável. A diferença entre Brasil e Espanha está na camisa. E os EUA provaram hoje do sabor amarelo, quando esta camisa está do outro lado.

Essa legendária camisa canarinho...

...da cor da banana.

“ - IÉSSS !!! ”


AL-Braço
AL-©haer


pêésse:

deixa eu fazer uma confidência: Fiquei muito satisfeito com esta crônica, por vários motivos: não aprovei o Dunga como técnico, não tenho nenhum apreço pelo Luis Fabiano como jogador e, desde 1990 não torço mais para o Brasil, depois de entender melhor os bastidores da seleCão Brasileira de Futebol...quem me conhece sabe que eu torço só para o Goiás, dando-me o direito de – em Copa do Mundo – torcer para a Holanda e para qualquer time Africano...é verdade que ”meus times” não têm conquistado nada nestes últimos 20 anos, mas eu tô cada vez mais gostando do Futebol e, para 2010, espero torcer também para a equipe da Suécia do “Ibra”. Mas, cá pra nós, tenho que dar o braço a torcer: essa Seleção do Dunga está começando a empolgar!
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(de vez em quando, um pouco de nostalgia não faz mal)
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