A primeira surpresa foi ver uma Seleção Espanhola sentindo muito o
cansaço. Cansaço dos jogadores em final de temporada, cansaço dos jogadores em
função da alta umidade relativa do ar e do calor que fez aqui, mesmo sendo
inverno. A maioria dos jogadores brasileiros também está vindo de final de
temporada, mas os brasileiros chegaram mais inteiros, que seus companheiros
espanhóis.
A segunda surpresa foi ver a Seleção Espanhola em dificuldades no
confronto pela semi-final contra a Itália, dificuldades estas que foram superar
a marcação do time italiano, transpor a defesa adversária com o tradicional
toque de bola (que foi ineficiente) e, o que vimos foi o contrário do que
estávamos acostumados a ver: naquela partida quem tomou conta do jogo foi a
Itália. A Seleção da Itália foi melhor, apesar de que, quem seguiu para a
Final, na disputa de chutes da marca do pênalti, foi a Espanha.
A terceira surpresa foi ver a Seleção Brasileira (a da versão Felipão)
tão bem organizada taticamente em tão pouco tempo de treinamento. Sistema
defensivo, meio de campo e ataque, no famoso 4-4-2, em bloco, sem ovelhas
desgarradas, tudo funcionando como esperado.
A quarta surpresa não foi a conquista da Seleção Brasileira. Não. A
surpresa foi a maneira com que o time do Brasil marcou a saída de bola do time
da Espanha, já no início da partida Final. E deu certo. Deu tanto certo que,
para utilizar uma frase feita do jargão do futebol (e, vocês sabem que eu adoro todas!), para a Espanha, os 3 a 0 “saíram
barato”.
Antes da partida, quem apostava que seria “tão fácil”? Mas, assistindo
a partida, o que víamos “parecia que era fácil”, mas não era. O time do Brasil
teve que jogar esta partida totalmente diferente de seu estilo. Enquanto que,
tradicionalmente, o Brasil mantém a posse de bola e são os adversários que
ficam esperando o time do Brasil, fechadinhos na defesa, nesta decisão contra a
Espanha, a equipe Brasileira partiu para cima, sem a bola, mas soube tomá-la dos
pés dos espanhóis.
Sabemos que aquele gol do Fred aos 2 minutos ajudou muito, no sentido
de assustar os jogadores da Espanha, mas o que – verdadeiramente – os assustou,
foi a maneira com que nossos jogadores iam para cima deles, desarmá-los, com
êxito! O que vimos, então? O time da Espanha até que tentava colocar a bola no
chão, para empreender seu sistema triangular de troca de passes, mas a antecipação
dos brasileiros era perfeita, a ponto de – por uns momentos – os espanhóis
abdicarem de tocar a bola, tentando lançamentos para seus atacantes, o que não
surtia efeito, até porque, se tem uma coisa que o Felipão sabe organizar é a
defesa e o meio de campo defensivo. Outro evento que ajudou definitivamente,
foi o segundo gol do Brasil, ao final do primeiro tempo, em jogada que teve um
passe genial do Oscar e, numa conclusão de canhota do Neymar, o goleirão deles
nem viu por onde a bola passou. Aliás, ele viu: o barulho do vento com a bola
passando.
O que vem acontecendo com a equipe do Barcelona está acontecendo com a
Seleção da Espanha. Chega uma hora que eles pegam um “do tamanho deles”, sem
medo e, aí a brincadeira passa a ficar interessante. Foi assim, nas semi-finais
da Champions League, no confronto entre Barcelona e Bayern. Foi assim, nestas
duas partidas em que a Seleção da Espanha encontrou Itália e Brasil, pela Copa
das Confederações’2013.
Eu achei que o time do Brasil iria “entrar na roda” nesta Final contra
a Espanha, que não conseguiria se controlar e cometeria muitas faltas, com
cartões amarelos e expulsões. E foi tudo o contrário. Quem não se controlou
foram os Espanhóis.
Com direito a “-Olé!!!” em uníssono.
Futebol é um “trem danado”. A Seleção Brasileira pode ainda não estar
pronta para a Copa do Mundo. Mas, provou que já está “pronta” para golear a
Espanha.
Gente, neste time do Felipão, até o Hulk joga direitinho. Tem lógica?
Seria bom ver a Seleção Brasileira contra a Alemanha. Um amistoso, prá
dar uma treinada...
AL-Braços
AL-©haer